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Economia

Demanda por voos domésticos sobe em março após 19 meses de queda, diz Abear

Com a demanda crescendo num ritmo superior à oferta, a taxa de ocupação dos voos domésticos em março deste ano cresceu 1,44 ponto porcentual (p.p.) ante o mesmo mês de 2016, chegando a 79,07%

A aviação doméstica brasileira interrompeu a trajetória de queda e registrou em março um crescimento de 5,9% na demanda por voos na comparação com março de 2016, o primeiro avanço após 19 meses consecutivos de retração no indicador, informou nesta quinta-feira (20/4), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A entidade, que apresenta a estatística com base no desempenho de suas associadas (Avianca, Azul, Gol e Latam), também informa que a oferta por voos domésticos aumentou 3,98% na mesma base de comparação, a primeira alta após 18 meses seguidos de retração.

Com a demanda crescendo num ritmo superior à oferta, a taxa de ocupação dos voos domésticos em março deste ano cresceu 1,44 ponto porcentual (p.p.) ante o mesmo mês de 2016, chegando a 79,07%.

Apesar dos resultados positivos, o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba, avalia que os números não devem ser interpretados como o início de um "boom" na aviação doméstica brasileira.

[SAIBAMAIS]"Março de 2016 foi um mês especialmente ruim, a base de comparação era muito baixa", destacou. Em março do ano passado, a demanda por voos domésticos recuou 7,3% na comparação anual, enquanto a oferta diminuiu 7,6% na mesma base.

No total, as companhias aéreas transportaram juntas 7,468 milhões de passageiros no segmento doméstico no mês passado, número 5,72% maior que o verificado no mesmo mês de 2016.

Em termos de participação de mercado, a Gol se manteve na liderança no segmento doméstico no mês passado, com 35,22%, seguida pela Latam, com 33,16%. A Azul ficou em terceiro, com 18,84% de market share, enquanto a Avianca Brasil registrou participação de 12,78%.

Trimestre


No acumulado dos três primeiros meses de 2017, a demanda doméstica apresenta uma retração de 0,24% ante o mesmo período de 2016, enquanto a oferta doméstica diminuiu 1,61% na mesma base de comparação. Com isso, a taxa de ocupação no primeiro trimestre desse ano melhorou 1,11 p.p. ante o ano passado, para 81,10%.

No total, as empresas transportaram 22,6 milhões de pessoas no segmento doméstico entre janeiro e março de 2017, uma queda de 0,98% em relação aos mesmos meses de 2016.

Internacionais


A demanda por voos internacionais de passageiros, medida em RPK (Passageiros-quilômetro pagos transportados, na sigla em inglês), cresceu 18,43% em março deste ano na comparação com o mesmo mês de 2016, de acordo com a Abear.

A entidade, que apresenta a estatística com base no desempenho de suas associadas (Avianca, Azul, Gol e Latam) também informa que, em termos de oferta internacional, foi verificado um aumento de 9,33% no mês passado ante março de 2016.

Desta maneira, a taxa de ocupação dos voos internacionais em março de 2017 ficou em 84,46% um aumento de 6,49 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com o mesmo mês de 2016. Segundo a Abear, foram transportados 676 mil passageiros no segmento internacional no mês passado, um crescimento de 16,78% na mesma base de comparação.

Dentre as empresas nacionais, a Latam liderou o transporte internacional de passageiros em março, com 77,65% da participação de mercado. A Gol teve 11,69% e a Azul respondeu por 10,57%. A Avianca Brasil obteve 0,10% de market share.

No acumulado dos três primeiros meses de 2017, a demanda internacional apresenta um crescimento de 9,53% ante o mesmo período de 2016, enquanto a oferta internacional aumentou 3,81% na mesma base de comparação. Com isso, a taxa de ocupação no primeiro trimestre deste ano melhorou 4,48 p.p. ante o ano passado, para 85,80%.

No total, as empresas transportaram 2,124 milhões de pessoas no segmento internacional de janeiro a março, uma alta de 9,76% em relação aos mesmos meses de 2016.

Projeções


Maurício Emboaba avalia que a aviação doméstica brasileira continuará apresentando um bom desempenho nos próximos meses em bases anuais. "Há a expectativa que as taxas de crescimento no futuro próximo continuem sendo altas, as bases de comparação serão muito ruins", disse.

Em abril de 2016, por exemplo, a demanda doméstica recuou 12,2% ante abril de 2015, com a oferta caindo 10,3%. Em maio, as retrações na demanda e oferta foram de 7,69% e 8,08%, respectivamente. Em junho, a demanda caiu 6,09%, e a oferta, 6,58%.

Dada a perspectiva positiva para os próximos meses, Emboaba ainda afirmou que, para o ano, a expectativa é que tanto a demanda quanto a oferta doméstica cresçam pouco menos de 2% na comparação com o resultado de 2016. No entanto, o executivo ressaltou que qualquer tipo de previsão é muito frágil e que o mercado de aviação doméstica está sujeito a uma série de fatores, tanto internos quanto externos, que fogem ao controle das companhias.

Em março de 2017, a demanda doméstica cresceu 5,9% na comparação com o mesmo mês de 2016, a primeira alta após 19 meses seguidos de retração, enquanto a oferta doméstica avançou 3,98% na mesma base de comparação. Com isso, o acumulado do primeiro trimestre deste ano mostra uma queda de 0,24% na demanda e uma contração de 1,61% na oferta ante os três primeiros meses de 2016.