Jornal Correio Braziliense

Economia

Opep reduz previsão de oferta de petróleo pelo Brasil em 2017

Esse quadro ainda coloca o Brasil, de acordo com a entidade, como o país que apresentará o maior crescimento da produção este ano

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuiu nesta quarta-feira (12/4), sua previsão para a oferta de petróleo pelo Brasil em 2017 em 56 mil barris por dia (bpd), para 3,35 milhões de barris por dia. Ainda assim, se a estimativa for confirmada, haverá um crescimento de 201 milhões de barris por dia este ano na comparação com 2016.

Esse quadro ainda coloca o Brasil, de acordo com a entidade, como o país que apresentará o maior crescimento da produção este ano. Em relação ao volume, ficará atrás apenas dos Estados Unidos.

Um dos motivos que levaram à revisão da projeção brasileira foi o tempo maior de manutenção de algumas unidades e a expectativa de que o campo Norte de Lula comece a operar apenas no final de 2017. "O Brasil continua a ser o principal contribuinte para o crescimento, sendo o diesel e a gasolina os produtos de maior potencial de expansão, alimentando os setores industrial e de transportes", considerou a Organização em relatório mensal divulgado nesta quarta, referindo-se à expectativa de crescimento.

Desde meados do ano passado, a entidade tem buscado dentro do cartel e também com produtores de fora da Opep reduzir os volumes de produção. A estratégia de diminuir a oferta da commodity tem dado certo em relação ao objetivo de estancar a queda dos preços que vinha sendo vista há mais de dois anos. Atualmente, a trajetória é de alta dos valores, acentuada também por conflitos no Oriente Médio. "Do ponto de vista da oferta, é evidente que existem muitos projetos à espera de entrar em funcionamento nos próximos anos. O período 2017 a 2019 provavelmente verá o maior aumento da produção de megaprojetos na história da indústria."

Entre os países em que haverá grandes investimentos, a Opep cita Brasil, Rússia, Canadá e México. Pelos cálculos da entidades, combinados com a nova produção de xisto, esses projetos poderiam adicionar mais 1 milhão de barris diários à produção nos próximos anos. "Muitos desses projetos, que custaram bilhões de dólares e levando muitos anos para terem retorno, foram retomados quando os preços do petróleo voltaram a ser negociados a US$ 100, o barril", destacou a entidade no relatório para enfatizar sua atuação positiva nos últimos meses.

Em relação aos principais contribuintes para o crescimento da oferta em 2017, o relatório da Organização menciona os Estados Unidos, com 540 mil bpd, seguido por Brasil e Canadá - ambos com 210 mil barris por dia - e o Casaquistão com 140 mil bpd.

Na sequência vêm Gana (50 mil bpd), Rússia (40 mil bpd) e Congo (30 mil bpd). Já outros países devem exibir queda da produção este ano na comparação com 2016, como a China (18 mil bpd), Azerbaijão (7 mil bpd) e Indonésia (5 mil bpd).