De acordo com Arthur Maia, todos esses pontos são suscetíveis a mudanças, por serem os mais demandados pelos deputados nas 164 emendas propostas na comissão. Ele não sinalizou, no entanto, quais serão as alterações incluídas no parecer que pretende apresentar no início de abril. ;É muito prematuro, neste momento, dizer o que será flexibilizado e o que não será. Se eu já tivesse isso na cabeça, não precisaria conversar com ninguém e apresentaria hoje meu parecer, o que não é o caso;, afirmou.
Flexibilização
Arthur Maia ressaltou que a mudança anunciada pelo presidente Michel Temer, que excluiu os servidores estaduais e municipais da reforma, não se trata de flexibilização. ;É respeito ao critério de federalismo. Quando se fala flexibilizar, significa diminuir, em relação ao que foi proposto inicialmente, as ações e efeitos da proposta. Não entendo que o fato de autorizar os estados a delegar a competência para fazer o regramento dos seus servidores seja uma flexibilização. Pelo contrário, estados que estejam em condições mais difíceis do que o governo federal poderão, inclusive, endurecer as regras;, disse.
[SAIBAMAIS]A última audiência pública da comissão, realizada ontem, durou cerca de seis horas e contou com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que discorreu sobre os números que explicam a necessidade da reforma, e do secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano. Terminadas as audiências, o relator pode apresentar o parecer quando achar conveniente. A intenção é elaborar um relatório que ;seja a síntese do sentimento dos deputados que apoiam o governo aqui na Câmara;.
Pela necessidade de conversar com os parlamentares, o relatório poderá ser apresentado apenas na segunda semana de abril, contrariando a previsão de finalizá-lo na semana que vem, disse Arthur Maia. Desde a última quarta-feira, o relator tem se reunido com as bancadas da Câmara para discutir o assunto. ;Não apresentarei o parecer enquanto não fizer essa rodada de conversas com os partidos. Na semana que vem, intensificarei isso ao máximo. Tão logo terminar de falar com os partidos, procurarei apresentar o parecer;, garantiu.
Na intenção de chegar a um entendimento sobre os pontos de discordância e angariar mais apoio à reforma, o deputado afirma que pretende ouvir também ;os partidos da oposição que estiverem dispostos a dialogar;.
Centrais sindicais fazem protestos
Centrais sindicais farão, hoje, mais um Dia Nacional de Mobilização, em todo o país, contra as reformas trabalhista, da Previdência e contra o projeto (PL 4.302/1998), que trata da terceirização em todas as atividades. O protesto, segundo os organizadores, é um ;esquenta; para a greve geral de 28 de abril. As manifestações começam a partir das 9h. Em Brasília, estão previstos atos em 13 regiões administrativas, com panfletagem no final da tarde na Rodoviária. Haverá também protestos na Justiça Trabalhista, às 12h, em todo o país. No DF, o Tribunal Regional do Trabalho fará um ato público pela valorização do segmento, que mais sofreu com os cortes do orçamento de 2016, na 513 Norte.