Jornal Correio Braziliense

Economia

Previsão para administrados de 2017 sobe de 5,8% na ata para 5,9% no RTI

O Banco Central, no entanto, não cita projeções específicas para determinados preços administrados, como energia elétrica, gás de botijão e passagens de ônibus

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na manhã desta quinta-feira (30/3), mostra que o Banco Central (BC) prevê alta de 5,9% dos preços administrados em 2017 e de 5,4% em 2018. Na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC previa elevação dos preços controlados de 5,8% em 2017 e 5,3% em 2018.

O Banco Central, no entanto, não cita projeções específicas para determinados preços administrados, como energia elétrica, gás de botijão e passagens de ônibus.

No relatório de mercado Focus, divulgado na última segunda-feira, dia 27, os analistas consultados pelo BC previam alta dos preços administrados de 5,50% em 2017 e 4,55% em 2018.

Preços de alimentos


O Banco Central avalia que a sequência de choques de alimentos no período recente - com efeito adverso no terceiro trimestre de 2016 e efeitos favoráveis nos dois últimos trimestres - contribui para o valor mínimo que a inflação projetada atinge no terceiro trimestre deste ano.

[SAIBAMAIS]De acordo com o BC, as estimativas sugerem que, no passado recente, os choques de alimentos foram desinflacionários, revertendo parcialmente a trajetória inflacionária observada nos primeiros trimestres de 2016. Em particular, nos últimos dois trimestres, período em que se consolidou a percepção de ancoragem das expectativas de inflação, as estimativas apresentadas indicam que a exclusão dos impactos primários do choque favorável nos preços de alimentos elevaria a inflação acumulada em aproximadamente 0,3 ponto porcentual.

As projeções para a inflação acumulada em quatro trimestres ao longo do ano também são afetadas à medida que choques de alimentos ocorridos em trimestres passados são descartados.

Para o BC, a inflação de alimentação no domicílio apresenta variabilidade historicamente mais elevada quando comparada a outros agrupamentos do IPCA. Em agosto de 2016, a inflação desse segmento atingiu 16,8% no acumulado de 12 meses enquanto menos de um ano após, em fevereiro de 2017, esse segmento apresentava deflação de 4,3%.

O BC destaca que uma parte significativa da flutuação dos preços de alimentos decorre dos impactos de choques de difícil antecipação. Por isso, a instituição reafirma que, em ambiente com expectativas de inflação ancoradas, a política monetária deve reagir apenas aos efeitos de segunda ordem de choques de oferta.

"Assim, para que sua reação seja na medida adequada, deve-se avaliar continuamente a natureza dos choques sobre a inflação e sua potencial influência sobre a formação futura de preços na economia", diz o BC no box do Relatório.

Câmbio


O BC informou que as estimativas apresentadas no RTI divulgado nesta quinta-feira levaram em conta câmbio cotado a R$ 3,10 no cenários de que consideram um patamar de dólar constante ao longo do horizonte de previsão. O documento teve como data de corte o dia 22 de março.

No Relatório Focus de segunda-feira, as projeções para o dólar - utilizadas pelo BC nos cenários com câmbio de mercado - ficaram em R$ 3,28 para 2017 e R$ 3,40 para o fim de 2018.