O anúncio, que pode ser feito nesta quarta-feira (22) e foi sinalizado pela equipe econômica, pode ser uma das formas de o governo tentar fechar as contas que projetou para o ano. Enfim, tentar cumprir a meta fiscal.;A melhor forma de aumentar a arrecadação é com o crescimento da atividade econômica;, afirmou Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia da ACSP. ;A gente não aguenta mais. Até dormindo pagamos impostos;, diz ele, lembrando que ;a geladeira nunca desliga e a carga tributária sobre a energia elétrica é de 40%;.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sinalizou que a revisão que será feita nos parâmetros macroeconômicos da peça orçamentária 2017 podem implicar tanto em corte de gastos quanto em elevação de impostos. Isso porque, na elaboração do Orçamento, o governo previu aceleração da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 1,6% (acima da inflação). O mercado financeiro prevê alta de 0,48%.
;É uma sinalização muito ruim, porque está certo que o governo precisa de dinheiro, mas a economia, agora é que está começando a recuperar-se de uma recessão brutal;, destaca o economista. ;A empresa e o cidadão estão paertados, em dificuldades financeiras. O governo está apertado, mas nós também;, continua ele.
Para o economista da ACSP, ;não seria vantajoso para o próprio governo, pois um aumento de imposto prejudica a economia, quando a melhor seria aumentar a arrecadação;. Por isso ele defende a busca de correção das contas públicas com o corte de gastos públicos. Analistas preveem que o governo vai anunciar um corte nas despesas da máquina federal em torno de R$ 20 bilhões. Mas pode, também, lançar mão de mais tributos.
Uma forma de implantação imediata de aumento de imposto é o governo elevar alíquotas de contribuições, como a Cide combustível, Cofins e PIS. Para mexer em outros impostos, o Planalto depende de aprovação do Congresso Nacional e da regra da anualidade, ou seja, a cobrança só pode ser efetivada um ano após a aprovação de mudança na tributação.