Nas notas explicativas, ao citar os itens significativos que afetaram a demonstração de resultados de 2016, mas sem mencionar valores, o BNDES diz que houve "redução do saldo da carteira de operações de crédito e repasses interfinanceiros, reflexo do maior volume de recebimentos (liquidações) em 2016, superando as liberações de crédito, em razão do desaquecimento da economia e consequente redução da demanda de recursos para novos investimentos".
Teve impacto sobre o resultado de intermediação financeira a perda de R$ 9,156 bilhões com provisões para risco de crédito, valor 524% acima do R$ 1,468 bilhão de 2015. O BNDES é credor em R$ 3,3 bilhões da operadores de telefonia Oi, em recuperação judicial desde o ano passado.
Nas notas explicativas, o BNDES diz que a alta na despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa refletiu "o alinhamento da carteira de crédito e repasses do BNDES em meio a atual conjuntura da economia nacional, marcada pela piora do risco setorial e pelo aumento da inadimplência global".
Segundo o BNDES, a carteira de participações societárias cresceu, "reflexo principalmente da valorização da carteira de ações classificadas como disponíveis para venda", mas o resultado negativo com participações societárias ficou negativo, "reflexo principalmente da constituição de provisão para perdas em investimentos". Em 2016, a constituição de provisão para perdas em investimentos foi de R$ 5,317 bilhões, contra R$ 9,736 bilhões em 2015.
Ainda conforme as notas explicativas, houve em 2016 redução das obrigações por empréstimos e repasses, "decorrentes principalmente da liquidação antecipada de repasses com o Tesouro Nacional". Ano passado, o BNDES concluiu a devolução de R$ 100 bilhões em empréstimos do Tesouro, uma das medidas do Ministério da Fazenda para reduzir a dívida pública bruta.