Após mais uma reunião com parlamentares da base do governo na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8/3), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a expectativa da equipe econômica é de que a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência seja aprovada pela Câmara em abril. Questionado pela imprensa sobre possíveis efeitos dos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato, Meirelles avaliou que o comprometimento dos parlamentares com a medida é suficiente para manter o cronograma dos trabalhos.
O ministro almoçou e respondeu dúvidas dos deputados do PRB sobre a reforma da Previdência. Mais cedo, ele se encontrou com parlamentares do PSD e ontem respondeu a questões da bancada do PMDB na Casa. Ao sair da reunião nesta quarta (8), Meirelles enfatizou a necessidade de se aprovar a reforma nos moldes do texto proposto pelo governo e pediu que os parlamentares não façam alterações que, segundo ele, possam tornar a reforma "inócua". "Não adianta fazer alterações que tornem a reforma ineficiente. Não adianta fazer muito barulho para não termos o resultado esperado", disse o ministro.
Perguntado sobre possíveis alterações, por exemplo, na regra de transição de quem já está próximo de se aposentar e na diferenciação de regras para aposentadoria de homens e mulheres, Meirelles alertou novamente para o risco de essas mudanças tornarem a reforma insuficiente. Para o ministro, se houver redução na idade para aposentadoria das mulheres, terá que haver um aumento na idade dos homens para compensar. O ministro também disse ser contra a criação de uma "escadinha" para quem já contribuiu ao sistema previdenciário e defendeu o atual modelo de transição, que, segundo ele, já é proporcional à idade. "Estamos discutindo de forma concreta e franca a reforma da Previdência com os parlamentares. Alterações podem tornar a proposta inócua ou penalizar determinado grupo", afirmou.
Meirelles voltou a usar o Rio de Janeiro como exemplo de drama fiscal cujos efeitos para a população o governo federal quer evitar que se repitam no resto do País. "Queremos evitar situação dramática na Previdência como ocorre em alguns Estados", disse.
Ainda nesta tarde, o ministro da Fazenda irá se reunir com a bancada do PP na Câmara.