O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), minimizou as intenções de deputados da base de fazerem alterações no texto da reforma da Previdência. Segundo o peemedebista, as sugestões são bem-vindas, mas a reforma terá de ser feita com base na "realidade".
"Nessa reforma da Previdência, tem-se que fazer a conta. Ela terá que sair como resultado de uma mudança sustentável, com responsabilidade de gastos e, principalmente, responsabilidade no pagamento das futuras aposentadorias", afirmou.
Com tom semelhante ao da campanha publicitária do PMDB, que na última semana alardeou direitos e benefícios que os cidadãos podem vir a perder caso a reforma da Previdência não seja aprovada, Jucá também pontuou problemas futuros. "Se não mudar a Previdência, no futuro, não haverá gasto público para outras questões e haverá uma completa inabilitação do serviço público para atender a população. Inclusive atraso de pagamento de salários, ativos e atraso de pagamentos de aposentados", afirmou o senador.
Na noite dessa segunda-feira (6/2) o presidente Michel Temer ofereceu um jantar no Palácio da Alvorada a parlamentares aliados. Os deputados, entretanto, pressionaram o presidente para que questões como a idade mínima de aposentadoria e a diferenciação na aposentadoria militar fossem modificadas.
Segundo Jucá, todas as sugestões são bem-vindas, desde que a conta feche no final. "Propostas surgirão. Vamos ouvir todas com muita atenção, mas sempre fazendo conta", disse. O senador afirmou ainda que o momento no Congresso é de unidade.
CPI
Quanto à tentativa de senadores de abrir uma CPI para investigar o rombo da Previdência, Jucá afirmou não ver nenhum problema.
"Qualquer questão que possa levantar dados, agrega. Não somos contra nenhum tipo de levantamento. Ninguém quer esconder os números da Previdência, eles são claros. Se a CPI da Previdência for para definir qual foi a causa desse rombo, eu acho que ajuda", disse.