O presidente Michel Temer reafirmou o discurso que a União poderá ajudar os Estados. Para isso, porém, exige contrapartidas "União está disposta a ajudar os Estados. Para ajudar, precisamos de contrapartida a ser dada pelos Estados", disse, ao comentar que a crise estadual tem revelado a necessidade de outra reforma: a da Previdência.
Ao citar que a reforma da Previdência é "mais delicada e complicada", Temer disse que a frágil situação dos Estados deve ser usada como lembrança da necessidade de reforma no tema. Para o presidente, a situação do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais e outros Estados tem raiz na questão previdenciária Na avaliação de Temer, a União tem interesse na melhora da situação fiscal dos Estados e também fará esforço. "Isso vai significar que a União terá de aportar recursos e, quem sabe até, deixar de cobrar dívidas".
Ainda sobre a reforma previdenciária, Temer defende que a sociedade precisa se conscientizar. "A reforma previdenciária tem como interesse o País e não um interesse político", disse, ao sugerir que os críticos à reforma deveriam propor outras soluções para o problema.
Temer lembrou que cerca de 66% terão aposentadoria integral - grupo que recebe apenas um salário mínimo. "Quem se opõe é o grupo restante. Quem reclama é quem ganha muito mais, está acima, tem aposentadoria precoce antes da Previdência Geral", disse o presidente.
Retomada da economia
O presidente Michel Temer comemorou os sinais de retomada da atividade e disse que isso o motiva a trabalhar ainda mais. Entre os sinais de retomada, Temer citou como exemplo o aumento do investimento estrangeiro direto, o bom resultado da balança comercial e a melhora das contas públicas.
"O investimento somou US$ 11,5 bilhões em janeiro. Isso mostra que está se restabelecendo a confiança no País. A balança comercial teve o melhor resultado desde o início da série histórica em 1989, as contas públicas registraram em janeiro o maior superávit da série e o risco Brasil caiu para 270 pontos", disse Temer durante a discurso na abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, o Conselhão.
"Esses, portanto, são alguns entre os muitos exemplos que revelam que nós temos posto a casa em ordem. Esses são resultados que nos motivam a trabalhar muito mais", disse o presidente.
Temer também comemorou o avanço das reformas estruturais e avaliou como "ousada" a agenda proposta pelo governo. "Estamos encarando com muita coragem, se não até com relativa ousadia, as reformas que o Brasil demanda e precisa. Não há atalhos nem passes de mágica nessa matéria. É preciso coragem e ousadia", disse.
O presidente lembrou que na reunião anterior do Conselhão, em novembro, o governo não havia aprovado o teto de gastos públicos "Nós conseguimos em seguida com grande apoio do Congresso Nacional", disse, ao lembrar que também foi aprovada a reforma do ensino médio.
Temer demonstrou confiança com a tramitação da reforma trabalhista no Congresso Nacional. "Tenho convicção de que, com a nossa muito sólida base no Congresso, devemos aprovar a modernização da legislação trabalhista", afirmou.
"A todo momento as pessoas dizem que não pode continuar assim", disse Temer, ao comentar a legislação trabalhista. Por isso, argumentou o presidente, o governo dialogou com centrais sindicais e empregadores para costurar o consenso. A confiança na aprovação, disse Temer, é baseada no fato de que essa reforma trata de lei ordinária que exige maioria simples.