"Os números são verdadeiros, são dramáticos, e o governo sincero, franco, precisa informar. A reforma não pode ser esparadrapo, e reações vão acontecer. Mas o projeto é factível", disse Perondi.
"No plenário, o governo tem base e está forte. Na área econômica, os sinais estão começando a ficar verdes. A base vai responder e vai responder no primeiro semestre, base da Câmara e do Senado", frisou o peemedebista.
Tom dramático
Com um tom dramático, Perondi previu o "juízo final" para as contas públicas se a proposta da reforma da Previdência não for aprovada. Ele disse que não se trata de "chantagem" , mas de realidade do País.
[SAIBAMAIS]"Ou se faz a reforma ou ninguém vai se aposentar daqui a 30 ano, 40 anos", disse. Segundo ele, de cada R$ 100,00 das despesas primárias do governo, R$ 53,00 hoje são gastos da Previdência. Em dez anos, previu, serão R$ 82,00 destinados ao pagamento da Previdência. Pelos seus cálculos, serão cerca de 3% a mais do PIB para bancar a Previdência.
Segundo ele, é preciso pressa e velocidade para aprovar a reforma. Na sua avaliação, a moeda de ouro para passar a reforma é "informação".
Perondi contou que tem buscado o apoio de parlamentares que são resistentes e para eles vem apresentando os números. "É dramático", disse ele numa referência aos números das despesas. O vice-líder contou que pesquisa da Advice com cerca de cem deputados mostrou que a proposta será aprovada, mas há divisão sobre se no primeiro ou segundo semestre deste ano.
"É obvio que vamos perder alguns colegas como Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)", revelou Perondi.
O consultor da Câmara Leonardo Rolim avaliou que objetivo principal da reforma é equilibrar a relação dívida pública e PIB "Se não fizer a Reforma da Previdência vai ter que cortar em outros lugares,como salários de servidores gastos com infraestrutura e até mesmo gasto com seguridade social", ponderou Rolim.
Dívida bruta
O assessor Especial do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, previu que a dívida bruta subirá para 98,6% do PIB em 2019 se a reforma da Previdência não for aprovada pelo Congresso. Com a reforma, diz, o governo vai economizar o pagamento de R$ 156 bilhões em despesas de juros.
Pelas previsões do Ministério do Planejamento, a dívida bruta se estabilizaria em 78,7% em 2019.
O assessor, que participa de workshop na Câmara sobre o texto da proposta encaminhada ao Congresso, destacou que a reforma não tem apenas cunho fiscal. "É uma agenda pró-crescimento", ressaltou.