O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou de 70 pontos no trimestre encerrado em outubro de 2016 para 69 pontos no trimestre encerrado em janeiro deste ano, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo.
Com o resultado, o indicador mantém a trajetória de suave queda iniciada em julho de 2016. Houve aumento de cinco pontos no Indicador da Situação Atual (ISA), mas uma queda de 11 pontos do Indicador de Expectativas (IE).
Apesar do avanço em janeiro, o ISA alcançou 36 pontos no trimestre, desempenho ainda muito distante da média histórica dos últimos 10 anos, que é de 89 pontos e numa zona onde predominam avaliações desfavoráveis. Já a redução no IE para 111 pontos manteve o indicador em zona favorável e acima da média histórica de 98 pontos.
A queda do ICE na América Latina foi influenciada pela piora do clima econômico nas três principais economias da região: Brasil (-4 pontos); México (-5 pontos); e Argentina (-8 pontos). Segundo a FGV, o ISA piorou na Argentina (-6 pontos), mas melhorou no México (%2b13 pontos) e no Brasil ( 4 pontos). Nos três países, no entanto, os indicadores mantiveram-se abaixo da média histórica e na zona desfavorável do ciclo.
O IE também recuou nos três países: Argentina (-9 pontos); Brasil (-21 pontos); e México (-24 pontos). A eleição de Donald Trump nos EUA ajuda a explicar a deterioração das expectativas de curto e médio prazo no México. No Brasil e na Argentina, os indicadores de expectativas continuaram acima da média histórica, mas a piora pode estar refletindo uma calibragem do cenário muito otimista que se seguiu à mudança de governos nos dois países, avaliou a FGV. O ICE também recuou no Peru (-16 pontos), embora ainda permaneça em zona favorável, aos 130 pontos.
Já o Indicador de Clima Econômico (ICE) Mundial avançou cinco pontos, impulsionado pela alta de seis pontos na avaliação da situação atual, embora as expectativas tenham se mantido estáveis. Houve melhora no clima econômico nos Estados Unidos (cinco pontos), União Europeia (nove pontos) e Japão (17 pontos), com avanços tanto nos indicadores sobre a situação atual quanto no das expectativas.
Na China, houve aumento de 25 pontos no ISA e crescimento de cinco pontos no IE, que resultou numa alta de 16 pontos no Indicador de Clima Econômico. Nos países em desenvolvimento, os resultados do ICE foram menos favoráveis, com uma calibragem para baixo bastante disseminada das expectativas.