Foi o primeiro recuo após dois resultados trimestrais positivos. De acordo com o Banco Central, essa reversão foi condicionada principalmente pelo desemprego na área industrial. "A produção do setor recuou 1,3% no período, influenciando a trajetória da confiança do empresário industrial", pontuou o BC.
Outro fator que contribuiu para o resultado negativo no trimestre encerrado em novembro foi a fragilidade da demanda agregada, "em ambiente de deterioração da situação fiscal dos estados da região". Este cenário fez surgirem desdobramentos sobre as capacidades de investimento dos próprios Estados, disse o BC.
A instituição citou ainda como fatores negativos no Sudeste a distensão do mercado de trabalho, o arrefecimento do mercado de crédito e o reduzido nível de utilização da capacidade instalada
Centro-Oeste
A atividade econômica da região Centro-Oeste caiu 0,7% no trimestre até novembro, ante os três meses finalizados em agosto, quando havia recuado 1,2%.
O BC informou que o resultado foi influenciado pelo desempenho negativo da indústria de processamento de alimentos, que sofreu com a estiagem sobre a produção agrícola.
"A redução de 10,3% na produção de alimentos repercutiu os efeitos da seca sobre a safra de milho e as pastagens, com desdobramentos sobre os custos de confinamento de gado e sobre o preço das rações de aves e suínos", descreveu o BC.
Contribuíram ainda para o recuo da atividade econômica na região "a intensificação da retração no comércio e no setor de serviços, em especial em Mato Grosso, e o menor dinamismo da construção civil".
Por outro lado, o BC destacou os resultados positivos na agricultura irrigada e nos segmentos de serviços associados à administração pública e a atividades imobiliárias.
Norte
A atividade econômica da região Norte caiu 2,5% no trimestre até novembro, ante os três meses finalizados em agosto, quando havia avançado 0,7%. De acordo com o BC, apesar de a atividade econômica no Norte ter apresentado sinais de recuperação ao longo de 2016, no trimestre encerrado em novembro a produção industrial recuou 4,7% na margem, impactada por recuos nas categorias "outros equipamentos de transporte", "bebidas" e "indústria extrativa".
"No mesmo período, os gastos com consumo, que seguem influenciados por condições adversas nos mercados de trabalho e de crédito, retraíram 2,5%", destacou o BC. Por outro lado, a instituição informou que "a evolução dos indicadores de expectativas dos consumidores sugere perspectivas de melhora para a atividade varejista".
Sul
De acordo com o BC, a atividade econômica da região Sul do país caiu 1,1% no trimestre até novembro, ante os três meses finalizados em agosto, quando havia avançado 0,7%. Para a autoridade monetária, o desempenho reflete resultados negativos para a indústria, o segmento de serviços e o comércio.
"Apesar desses resultados, manteve-se a melhora dos níveis de confiança dos agentes, favorecida pelo cenário de relativa estabilização no mercado de trabalho e de reação moderada do mercado de crédito", acrescentou o BC.
Nordeste
A atividade econômica da região Nordeste mostrou estabilidade no trimestre até novembro, ante os três meses finalizados em agosto, quando havia recuado 1,0%.
Segundo o BC, "a tendência recessiva observada na economia do Nordeste moderou no trimestre encerrado em novembro, favorecida pela redução no ritmo de queda das vendas no comércio". No acumulado de 12 meses até novembro, no entanto, a economia no Nordeste mostra retração de 5,8%, o que representa o maior recuo em todas as regiões do País.
"Com efeito, a economia local foi afetada ao longo do ano por severa estiagem - a safra de grãos atingiu 9,5 milhões de toneladas em 2016, implicando recuo anual de 42,0%", mostra o documento publicado pelo BC. "A evolução da construção civil na região repercutiu as dificuldades pelas quais passa o setor em âmbito nacional e, em especial, o impacto da conclusão de importantes obras."