O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (8/2) pela terceira sessão consecutiva, cotado aos R$ 3,1183 (-0,12%) no mercado à vista. Nesta quarta-feira, o mercado de câmbio passou por dois momentos distintos, com alta do dólar durante a manhã e recuo ao longo da tarde. No mercado futuro, o contrato para março encerrou em queda de 0,13%, aos R$ 3,1330.
Durante o período matutino, prevaleceu avanço do dólar diante de preocupações com a expansão do nacionalismo na Europa. A questão concentra atenções com aproximação das eleições presidenciais na França (primeiro turno em abril e, se houver segundo turno, em maio) e Alemanha (em setembro). Também alimentou a cautela a situação financeira da Grécia.
Nos Estados Unidos, persistiu cenário nebuloso sobre o governo de Donald Trump. Hoje, as críticas do presidente ao Poder Judiciário alimentaram a cautela nos mercados e os investidores adotaram posições mais defensivas no exterior. O republicano afirmou que o Judiciário demora em tomar uma decisão sobre o decreto que proíbe a entrada de imigrantes de sete países em solo norte-americano e sugeriu que o posicionamento dos juízes pode ser político.
O dólar desacelerou o ganho intraday em relação ao real no fim da manhã, acompanhando a perda de força da divisa dos EUA lá fora em meio a um movimento de migração de investidores para a segurança dos Treasuries norte-americanos. A virada definitiva para o negativo veio com a alta do petróleo diante da divulgação de que o estoque norte-americano de gasolina recuou.
O intervalo hoje percorrido foi curto. No mercado à vista, o dólar operou entre a máxima de R$ 3,1295 (%2b0,23%) e a mínima de R$ 3,1132 (-0,29%), com volume de negócios de US$ 973,020 milhões. Já o contrato futuro para março oscilou de R$ 3,1450 ( 0,26%) a R$ 3,1280 (-0,29%), com giro de US$ 10,496 bilhões.
Domesticamente, estão no radar a agenda de reformas do governo e possíveis novidades da Operação Lava Jato. Enquanto isso, a expectativa de entrada de recursos no País contribui para manter o real valorizado, assim como a melhora no valor das commodities, apontaram especialistas. Hoje, o Banco Central informou que o fluxo cambial do País ficou positivo em janeiro, em US$ 3,664 bilhões. A entrada líquida de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 1,595 bilhão, enquanto, no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 2,069 bilhões.
Além disso, o IPCA de janeiro, que foi o menor para o mês da série histórica, iniciada em 1994, contribuiu para uma percepção positiva sobre o País. Com a alta de 0,38% no IPCA do último mês, o resultado acumulado em 12 meses desacelerou de 6,29% em dezembro para 5,35% em janeiro, menor patamar desde setembro de 2012, quando estava em 5,28%. A inflação registrada no mês de janeiro de 2016 tinha sido de 1,27%.