Jornal Correio Braziliense

Economia

Conta de energia cai, mas consumidor deve não sentir efeito no bolso

Menor despesa com termelétricas e devolução de parte de indenizações representam queda média de 2,03%, que pode não ir imediatamente para o bolso do cidadão


A conta de energia vai cair 2,03%, em média, este ano. O impacto será sentido de acordo com a data de reajuste anual de cada distribuidora, sendo que a da CEB, que abastece o Distrito Federal, é em agosto. Ontem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o orçamento de 2017 da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e o valor ficou em R$ 13,9 bilhões, 24% menor do que em 2016, quando foi de R$ 18,4 bilhões. A CDE engloba encargos do setor elétrico cobrados das empresas e repassados nas tarifas. Do total, R$ 11,9 bilhões serão pagos pelos consumidores.

[SAIBAMAIS]Conforme o diretor da Aneel André Pepitone da Nóbrega, relator do processo, a queda ocorreu, principalmente, por conta da diminuição de despesas da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) ; que abastece usinas termelétricas dos sistemas isolados no norte do país ; e da devolução, pela Eletrobras, de valores pagos a mais na indenização de concessões. A estatal terá de pagar R$ 951 milhões em seis parcelas mensais a partir de julho.

Pelos cálculos da agência reguladora, os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão queda maior, de 2,70%, porque, na divisão desigual das cotas da CDE, pagam 4,5 vezes mais do que os do Norte e Nordeste, onde o corte será de 0,35%. Na média, a redução no Sistema Interligado Nacional (SIN) é de 2,03%. A CDE banca a universalização de energia, subsidia programas sociais, com descontos para famílias de baixa renda, agricultura e irrigação, e financia indenizações das concessões elétricas.

Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, a medida anunciada pela Aneel não significa, necessariamente, redução na conta dos consumidores. ;No reajuste anual, há cálculo da inflação. Então, nas distribuidoras autorizadas a promover aumento nas tarifas, haverá um alívio de 2%. Nas que tiverem reajuste negativo, a queda será maior;, explicou.

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