A Justiça de Sergipe concedeu nova liminar contrária ao plano de desinvestimento da Petrobras. A empresa foi impedida de concluir a venda da Companhia Petroquímica de Pernambuco e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). O negócio seria aprovado pelos acionistas em assembleia nesta terça-feira (31/1), mas foi retirado da pauta por causa da ação movida pelo Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro-AL/SE).
Intervenções judiciais impediram que a Petrobras atingisse a meta de se desfazer de US$ 15,1 bilhões no período de 2015 e 2016. Faltou vender US$ 1,5 bilhão, transferido para a meta de 2017 e 2018, que passou a ser de US$ 21 bilhões. Segundo a empresa, com os processos movidos pelo Sindipetro-AL/SE não foi possível vender os campos Tartaruga Verde e Baúna para a australiana Karoon Gas Australia no fim do ano passado.
A Companhia Petroquímica de Pernambuco e a Citepe foram negociadas por US$ 385 milhões com o Grupo Petrotemex e a Dak Americas Exterior, subsidiárias da mexicana Alpek. A venda foi aprovada pelo conselho de administração em 28 de dezembro, mas dependia da aprovação dos acionistas em assembleia.
"A Petrobras está tomando as medidas judiciais cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores", informou a empresa, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nesta terça, os acionistas aprovaram unicamente a venda da distribuidora de GLP (gás de botijão) Liquigás à Ultragaz, do Grupo Ultra, por US$ 2,6 bilhões. A Liquigás está presente em quase todos os Estados brasileiros e tem aproximadamente 4,8 mil revendedores autorizados.
Os sindicatos dos empregados avaliam fazer uma greve em oposição ao programa de venda de ativos da Petrobras. Na terça, após quase cinco meses de negociação, eles chegaram a um acordo sobre o reajuste salarial relativo a 2016, que será de 8,57%. Mesmo com o acordo, prometem continuar com o movimento de oposição à gestão de Pedro Parente na presidência da estatal.