O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,5 pontos entre dezembro e janeiro, alcançando 74,5 pontos, o maior nível desde junho de 2015 (76,2 pontos), informou a instituição nesta sexta-feira (27/1).
O avanço no mês foi determinado pela evolução favorável de seus dois componentes. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) aumentou 1,5 ponto, atingindo 65,3 pontos. A principal influência veio do indicador que mede a situação atual dos negócios, com alta de 1,5 ponto.
O Índice de Expectativas (IE-CST) cresceu 3,4 pontos, para 84,0 pontos. Dentre os quesitos que compõem o IE-CST, as perspectivas para a demanda nos próximos três meses foi o que mais contribuiu para o crescimento no mês, com aumento de 3,9 pontos na margem.
A coordenadora de projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, destacou que a alta combinada dos indicadores resultou na maior alta mensal da série da Sondagem da Construção. "Ainda assim não é possível apontar o fim do ciclo recessivo no setor, pois o aumento da confiança continua amparado muito mais nas expectativas do que na melhora de fato dos negócios. Vale notar que a carteira de contratos das empresas encontra-se em um patamar muito baixo", disse Ana.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor subiu 0,7 ponto porcentual, para 63,8%, resultado insuficiente para compensar o recuo de dezembro (1,1 ponto).
Emprego
A FGV ainda destacou que a perspectiva de aumento na demanda nos próximos meses parece ter influenciado favoravelmente nas decisões relativas ao pessoal ocupado no setor. Entre dezembro e janeiro, houve recuo na proporção de empresas que preveem reduzir o quadro de pessoal, de 41,4% para 32,7%, enquanto a parcela das que planejam contratar subiu de 10,2% para 14,0%.
Essa mudança, no entanto, reforça a instituição, ainda está longe de representar uma retomada de contratações, mas pode sinalizar ao menos uma desaceleração no ritmo de demissões. "O ano de 2016 foi especialmente ruim para o emprego na construção, que registrou a diminuição de mais de 358 mil postos de trabalho", observou Ana Castelo.