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Mas, ainda mais grave, esses aparelhos têm sido ;escravizados; em longa escala. Além de vigiar o que acontece na vida de uma família ou de um indivíduo, essa invasão pode ser usada para algo mais elaborado, como o ataque de negação de serviço: os criminosos direcionam milhares de aparelhos conectados para um site específico, com o objetivo de congestionar o servidor e o portal sair do ar. Isso pode ser feito com vários objetivos, desde prejudicar as vendas da empresa, que perde para o concorrente, até espionagem entre governos.
Mesmo sem saber, qualquer um pode fazer parte desse exército de dispositivos capazes de derrubar uma rede. ;Qualquer dispositivo que seja conectado está suscetível a isso, seja móvel ou não. Pode ser até um tênis conectado;, exemplifica Cristiano Pimenta, diretor de Serviços da Arcon, empresa especializada em segurança cibernética. ;Hoje, esse tipo de crime tem acontecido bastante, porque é lucrativo. Os grupos de hackers têm domínio sobre milhares de computadores e outros dispositivos e vendem isso como serviço;, diz Fernando Romero, especialista da British Telecom na área de segurança. Segundo ele, há até governos que pagam para ter acesso a esses dispositivos, com a finalidade de espionar outros países ou atacá-los ciberneticamente.