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Como será o mundo no futuro é uma pergunta que dá asas à imaginação. Os mais pessimistas acreditam que, se o ser humano continuar poluindo a terra, não chegaremos lá para conferir. Os visionários, contudo, apostam que as preocupações ambientais e de energia serão resolvidas com soluções tecnológicas. E o cenário apocalíptico de um planeta exaurido, populoso e tumultuado, para os otimistas, dá lugar a um quadro onde a nanotecnologia será capaz de limpar os danos ao meio ambiente e purificar a água e o ar. Um mundo no qual a energia será produzida somente por fontes renováveis e limpas e as profissões braçais não serão mais exercidas por homens e mulheres, que vão apenas gerenciar robôs, carros autônomos e computadores inteligentes, numa vida completamente conectada e cada vez mais digital.
Esse futuro, no entanto, já começou. E o Correio vai mostrar, em uma série de matérias, a partir de hoje, para onde a tecnologia está nos levando e qual mundo nos aguarda. ;Tudo o que se fala que virá, na verdade, está no presente;, afirma o diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da IBM na América Latina, Fábio Rua. O que diferencia o hoje do amanhã, diz ele, é a aplicação cada vez maior da tecnologia cognitiva, ou seja, computadores e robôs com capacidade de aprendizado.
Em todos os setores da economia, a grande aposta para os próximos anos é o desenvolvimento da inteligência artificial. Mais do que responder perguntas pré-programadas, como o que é feito hoje por assistentes de voz, como a Siri, da Apple, os robôs do futuro vão raciocinar por conta própria. ;O Watson é uma evolução do computador Deep Blue, que surgiu na década de 1990. Porém, a nova plataforma aprende. Tem a habilidade de interpretar a linguagem natural, com idiossincrasias e até gírias, e consegue apresentar respostas e soluções;, explica o diretor da IBM, empresa com o maior número de patentes de novas tecnologias por ano do mundo.
Atualmente, a inteligência artificial já consegue fazer diagnósticos e prescrever tratamentos a doentes. E não são só os países desenvolvidos que surfam nessa onda. Testes voltados para a oncologia têm sido desenvolvidos no Brasil. Na medicina, aliás, a evolução passa pelo aproveitamento da tecnologia de impressão 3D não apenas para produzir próteses, como é hoje, mas também para replicar órgãos. Pílulas, microcomputadores ou tatuagens, por meio da nanotecnologia, podem monitorar a saúde de pacientes e acionar enfermeiros a quilômetros de distância, assim como robôs dominam a capacidade de fazer cirurgias de alta precisão, ainda que faltem médicos capazes de operá-los.
Big brother
A internet das coisas (IoT, na sigla em inglês para Internet of Things) também já está ao nosso redor. Redes de segurança vigiam tudo 24 horas por dia, equipamentos de GPS monitoram localizações exatas e dados pessoais são praticamente públicos graças aos smartphones e tablets. Todas as navegações na internet geram registros, o chamado Big Data, e traduzir o imenso volume de informações é considerado como o petróleo do novo milênio. São mais de 2,2 milhões de terabytes de dados gerados todos os dias.
;Hoje, vivemos num grande big brother. O que a internet faz é mudar a experiência das pessoas;, destaca Rodolfo Eschenbach, líder da Accenture Digital para a América Latina. A conexão das coisas, entretanto, vai além. Logo, todos os eletrodomésticos serão conectados, e sua geladeira poderá fazer a lista de compras ou sugerir uma receita com o que restou lá dentro.
Compartilhamento
Se a Uber chegou incomodando taxistas tradicionais, aguarde! Em menos de cinco anos, uma frota de carros autônomos, que se autodirigem, terá tomado conta de boa parte do mercado automobilístico. Em 10 anos, ninguém pensará em tirar carteira de motorista. Os sinais desse desenvolvimento têm sido observados há algum tempo, com freios automáticos e sensores de direção. Além de proporcionar mais tempo útil para as pessoas, que não precisarão se preocupar com o caminho percorrido pelo carro, a novidade vai evitar milhões de mortes por acidente. Essa é a expectativa de várias montadoras, que têm se adaptado para não ficar para trás nesse novo mercado.
Com os novos meios de locomoção, surgem inovadores modelos de negócio. Quem dirige o carro passa a ser um assunto secundário em meio às novidades dos próximos anos. O perfil de consumo tem passado, cada vez mais, de posse para compartilhamento. As pessoas estão mais interessadas em ter o serviço à disposição do que um produto específico em mãos. É mais vantajoso poder contar com um carro do jeito que se precisa naquele momento do que ter um guardado na garagem, que só é aproveitado 5% do tempo. Quem diz isso não são apenas os especialistas, mas a sociedade. No Reino Unido, já se comprovou, por meio de pesquisa encomendada pela empresa Prophet, que os jovem preferem ganhar um smartphone a um carro zero. Resultados semelhantes foram obtidos nos Estados Unidos e na Alemanha.
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