Embora o valor seja considerado alto, o endividamento total do setor já foi bem maior, segundo Rodrigues. Nas últimas duas safras, por exemplo, disse o executivo, as indústrias sucroalcooleiras iniciaram seus ciclos devendo cerca de 110% da receita total do setor. "A redução do endividamento do setor reflete a melhora dos preços do açúcar", afirmou.
No ano passado, importantes grupos do setor fizeram reestruturações de suas dívidas. Foi o caso da Odebrecht Agroindustrial, que no segundo semestre de 2016 renegociou cerca de R$ 7 bilhões de dívidas com os principais bancos credores, como Bradesco, Santander, BNDES, Itaú e Banco do Brasil.
A empresa se comprometeu a fazer uma capitalização de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões serão com aporte de ativo e R$ 4 bilhões em injeção financeira. A indiana Renuka, que tem quatro usinas no País e está em recuperação judicial desde outubro de 2015, está tentando leiloar uma de suas usinas de São Paulo, para tentar abater sua dívida, estimada em R$ 2 bilhões.
Falta de investimento
Segundo Rodrigues, da Unica, das 80 usinas desativadas nos últimos anos, poucas são as chances delas voltarem a operar.
Segundo ele, nem todos os grupos e estão investindo em renovação de canavial. A produtividade recuou na safra 2016/17. Na região Centro-Sul, ficou em torno de 77 toneladas por hectare. "Teria potencial para chegar a 85 toneladas por hectare. Daria para aumentar a produção de cana em 80 milhões de toneladas com as unidades atuais". A colheita é estimada em 650 milhões de toneladas no País.
Por Agência Estado