Economia

Presidente do BB nega que governo pressione por redução de juros bancários

Para o executivo, o corte das taxas liderado pelos bancos públicos nos anos recentes "não foi frutífera" e o executivo classifica a iniciativa passada como um "puxadinho" econômico

postado em 27/12/2016 11:52
O presidente do BB explicou que os bancos têm mantido contato com o governo sobre iniciativas para redução do custo do créditoO presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, nega que o governo federal esteja exercendo pressão para que a casa reduza os juros no esforço de retomada da economia.

"Não existe pressão em relação a isso", disse, em café da manhã com jornalistas. Para o executivo, o corte das taxas liderado pelos bancos públicos nos anos recentes "não foi frutífera" e o executivo classifica a iniciativa passada como um "puxadinho" econômico.

"A ação do Banco do Brasil e a Caixa não foi frutífera ao cortar os juros porque os outros não o fizeram", disse. "Não foi correto. Temos de olhar para frente e fazer coisas consistentes. Não podemos trabalhar com um puxadinho", completou. "Não adianta forçar a redução dos juros".

Aos jornalistas, o presidente do BB explicou que os bancos têm mantido contato com o governo sobre iniciativas para redução do custo do crédito.

"A gente tem conversado com o governo e existe disposição do sistema financeiro nacional de reduzir os spreads bancários", afirmou.

"Há predisposição em acompanhar a taxa Selic de forma sustentável e não da maneira feita anteriormente", disse.

Crescimento

A carteira de crédito do Banco do Brasil deve voltar a crescer em 2017 com a gradual retomada da economia e a continuidade da queda da taxa Selic. A previsão foi feita pelo presidente da casa, Paulo Rogério Caffarelli.

"Não divulgamos os números de 2017, mas certamente cresceremos no crédito", disse o executivo.

Ele não divulgou a previsão de expansão das operações de crédito - o chamado guidance -, mas citou que a esperada volta ao crescimento da economia brasileira deve levar à "retomada dos empréstimos na pessoa jurídica".

Nas operações para as famílias, o banco prevê reação em operações como o crédito consignado e financiamento imobiliário. Caffarelli repetiu a previsão da casa de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 0,7% no próximo ano.

Além da atividade, o executivo explicou que a expectativa de continuidade de queda da Selic também ajuda ao reduzir custos. "Com a inflação ancorada, existe a tendência de continuidade de redução dos juros", disse. "E os bancos vão se adequando", completou.

Por Agência Estado

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