[SAIBAMAIS]A PRF chegou à refinaria depois de abordar veículos carregados com petróleo durante investigação de roubos de cargas. A estrutura de refino, com tanques, caldeiras e laboratório, estava disfarçada sob a fachada de uma indústria de solventes. A polícia pediu apoio ao MPF em razão das condições de trabalho do local. Os funcionários manipulavam produtos perigosos sem usar equipamentos de proteção. O dono, o gerente e dois químicos da empresa foram autuados por crime contra a economia popular e a ordem pública, mas acabaram liberados para responder em liberdade.
Análise de amostras colhidas num dos caminhões apreendidos na refinaria de Boituva comprovou que o produto era da Petrobras. A polícia acredita que o furto de petróleo era praticado por um braço da quadrilha que atuava no Rio de Janeiro. Em setembro, policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense descobriram a ligação de milícias que sangravam os dutos da Petrobrás com o assassinato de candidatos a vereador em Duque de Caxias. Eles teriam sido assassinados durante disputa pelo controle do esquema. Foram encontrados cinco pontos de desvio do petróleo, tendo sido calculado em R$ 55 milhões o valor do combustível desviado.
Como a refinaria do interior paulista estava em plena atividade, a polícia acredita que o esquema de desvios no Rio de Janeiro ainda continua. Conforme a Polícia Civil de Boituva, a Polícia Federal deve entrar nas investigações. Em março deste ano, a fábrica clandestina pegou fogo e vários tanques explodiram. Um funcionário morreu queimado. As chamas foram controladas após ação de 20 viaturas do Corpo de Bombeiros de várias cidades da região. Na época, o dono da fábrica informou que a unidade processava óleo queimado e produzia solventes.
Por Agência Estado