A redução do preço dos combustíveis, anunciada pela Petrobras na última terça-feira, vai contribuir para esfriar a inflação neste fim de ano. Se, por um lado, a alta do etanol tem pressionado o preço da gasolina, por outro, o corte de 3,1% no preço do derivado de petróleo ajudará a segurar os custos de transporte, classe de despesas que mais subiu em outubro, com alta de 0,75%. Apesar desse impulso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,26% no mês passado, a menor para o período desde 2000, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em outubro, o litro do etanol aumentou, em média, 6,09%. Isso provocou elevação de 1,22% no preço da gasolina, que tem 27% de álcool na sua composição. Sem a redução de preços anunciada pela Petrobras, analistas acreditam que os dois produtos voltariam a pressionar os custos de transporte no último bimestre, gerando inflação maior.
O economista-chefe da MacroAgro Consultoria Econômica, Carlos Thadeu Gomes Filho, avaliou que o efeito da redução da gasolina será mitigado pela alta do etanol, mas também pelo recuo nas vendas de combustíveis. ;Os varejistas devem repor um pouco de margem em decorrência dessa queda. Mas não fosse pela Petrobras, os preços poderiam até subir;, avaliou ele, que prevê estabilidade nas despesas com gasolina. A previsão é compartilhada pelo economista Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector. ;Com essa redução adicional da gasolina, devemos ter uma menor pressão sobre o IPCA em dezembro. Com isso, a inflação daquele mês deve ser modesta, abaixo de 0,30% novamente;, projetou.
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