A Bovespa se apoiou principalmente em ações de bancos e retomou nesta quinta-feira (27/10) a trajetória de alta, subindo 0,66%, aos 64.249,50 pontos. O ganho superou a perda de 0,44% acumulada nos três pregões anteriores, marcados por realizações de lucros localizadas e ações específicas. Resultados corporativos promissores e o cenário interno favorável foram determinantes para manter o apetite do investidor pela renda variável. Os negócios somaram R$ 8,08 bilhões.
As bolsas americanas oscilaram em torno da estabilidade durante a maior parte do tempo, principalmente à tarde, e acabaram por exercer influência quase nula, segundo operadores. Em meio à safra de balanços trimestrais, o mercado americano também se prepara para a reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana. Devido à proximidade das eleições nos Estados Unidos, no entanto, as chances de uma elevação de juros em novembro são consideradas remotas.
Já o petróleo teve alta firme, apesar de incertezas quanto ao acordo de países produtores. O Iraque anunciou que vai pedir para ficar de fora do acordo anunciado em setembro pela Opep, com a justificativa de que a guerra contra o Estado Islâmico não permite ao país reduzir sua produção, limitando a entrada de capital. O pedido será analisado em reunião entre amanhã e sábado. Ainda assim, a commodity recuperou as perdas dos últimos dias e fechou em alta nas bolsas de Londres e Nova York. As ações preferenciais da Petrobras fecharam com alta de 0,21% (ON), enquanto as ordinárias ficaram próximas da estabilidade, em baixa de 0,06%.
Responsáveis por mais de 25% da composição do Ibovespa, as ações de bancos foram grande destaque no pregão desta quinta, tendo Banco do Brasil ON à frente, com alta de 5,12%. Os papéis vinham operando em baixa desde o início da semana e, segundo operadores, voltaram a ficar atrativos para o investidor. Para isso, teriam contribuído o avanço da PEC do Teto e o balanço positivo do Santander. Itaú Unibanco, que divulga resultado na próxima semana, subiu 2,14%.
Com o balanço mais aguardado da semana, as ações da Vale mostraram algum fôlego hoje. Os papéis já vinham num rali de ganhos nos últimos dias, antecipando um resultado trimestral positivo, confirmado hoje. A mineradora saiu de um prejuízo de US$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre de 2015 para um lucro líquido de US$ 575 milhões no mesmo período de 2016. O Ebitda ajustado cresceu 61%, para US$ 3,023 bilhões. Apesar da antecipação do resultado, que ficou 33% abaixo do esperado pelo mercado, Vale ON fechou em alta de 1,06%. Vale PNA virou no final dos negócios, para uma baixa de 0,38%.