[SAIBAMAIS]Na safra 2016/2017, o feijão foi diretamente prejudicado pelo fenômeno El Niño, que alterou os regimes de chuvas em várias regiões. A produção total no período, considerando as três safras da cultura, atingiu 2,5 milhões de toneladas. É pouco, considerando o largo consumo no Brasil. Em função disso, o índice oficial de inflação - o IPCA - vinha registrando, no primeiro semestre deste ano, um peso considerável da leguminosa na alta de preços.
No IPCA de agosto, os preços já começaram a arrefecer, com o feijão carioca cedendo 5,60%. No acumulado de 2016 até agosto, porém, o produto ainda acumula alta de 136,57%. Como a projeção da Conab para a safra 2016/2017 de feijão (considerando todos os tipos) é de produção entre 2,89 milhões e 3,05 milhões de toneladas, sendo entre 1,16 milhão e 1,23 milhão de toneladas já na primeira safra, a expectativa é de que, de fato, os preços sejam mais favoráveis ao consumidor final.
A previsão de que isso ocorra a partir dos últimos meses deste ano, citada por Geller, está de acordo com leituras feitas dentro do Banco Central. O BC, em suas comunicações recentes, vem citando que a redução dos efeitos do choque dos alimentos sobre a inflação é um dos três fatores necessários para permitir o início do ciclo de cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 14,25% ao ano. Os outros dois são a desinflação de serviços e o avanço do ajuste fiscal.