O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta segunda-feira (26/9) que a política de conteúdo local tem problemas e precisa ser aperfeiçoada. "Somos a favor de política de conteúdo local, mas não achamos razoável que traga a quantidade de problemas que trouxe", disse o executivo, durante apresentação do novo plano estratégico da companhia na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ele citou que a política de conteúdo local ocasionou atrasos na entrega de equipamento, "com impacto importante para a estatal brasileira de petróleo. Parente enfatizou que é a favor da política, mas defendeu a necessidade de uma revisão, de modo a "promover uma indústria competitiva nacional e fazer com que ela possa se emancipar e competir a nível internacional", disse.
Parente também disse ser contra a obrigatoriedade de participação da Petrobras em todos os campos de partilha. "A obrigação de participar em 30% não interessa nem à empresa, nem ao País", disse. Ele comentou que, devido à escassez de recursos, a Petrobras não teria condições de desenvolver todos os campos. "Mas o conhecimento que acumulamos nos permite ser mais seletivos para otimizar o retorno dos recursos escassos que temos para investir", disse.
Dívida
O forte crescimento da dívida da Petrobras ao longo dos últimos anos, com o endividamento superando os R$ 132 bilhões, se deu, entre diversos motivos, pelo fato de a empresa praticar preços abaixo da paridade internacional por muitos anos, disse Parente. A meta da companhia é reduzir sua alavancagem de 5,3 vezes, atualmente, para 2,5 vezes até 2018.
Parente lembrou que a Petrobras acaba de fazer um pagamento de uma dívida tomada junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 1,5 bilhão, de um empréstimo feito para a realização de um investimento em um projeto que não gera retorno. "Continuamos a pagar, mas a obra está sem gerar resultado", frisou.
O presidente da Petrobras destacou que o plano estratégico da companhia traz ainda uma visão de empresa, que é bastante importante para mostrar onde a companhia quer chegar. "Queremos uma empresa de energia focada em óleo e gás. Essa visão estratégica é importantíssima: dizer o que vamos e o que não vamos fazer", afirmou.
Produção
Após os cinco anos de seu plano de negócios, para o período de 2017 a 2021, a Petrobras será uma empresa com produção de 3,4 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) considerando Brasil e exterior, disse Parente.
"O plano de negócios tem um horizonte inicial de dois anos e concentra os esforços para fazer uma virada na empresa em duas métricas, de segurança e alavancagem", disse o executivo. Nos três anos seguintes, a companhia se focará no retorno do crescimento de sua produção.