Os brasileiros poderão gerenciar a conta de energia elétrica a partir de 2018. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira, a chamada tarifa branca, que pode baratear o custo com eletricidade em até 20% desde que o consumo seja fora do horário do pico.
A possibilidade já existe na indústria e será estendida aos demais consumidores de forma escalonada. A ideia é fazer as pessoas muderem seus hábitos para aliviar o sistema no horário de ponta, que varia conforme a distribuidora, mas, em geral, é entre 19h e 21h.
A medida será opcional e o consumidor poderá migrar da tarifa comum para a branca se quiser e voltar para a cobrança tradicional se não se adaptar. Isso porque, assim como pagará menos ao usar mais eletricidade fora do pico, também pagará mais pelo consumo no horário de maior carga.
A partir de 1; de janeiro de 2018, a tarifa branca deverá estar disponível para residências e comércio com consumo superior a 500 quilowatts-hora (kWh) por mês. Em janeiro de 2019, o serviço será oferecido para aqueles com consumo superior a 250 kWh/mês e, no ano seguinte, todos os consumidores residenciais e de comércio terão acesso a ela, exceto os de baixa renda, que hoje têm tarifa subsidiada. O consumo médio do Brasil é de 150 kWh por mês.
De acordo com a Aneel, a tarifa branca deve ser de 10% a 20% mais barata que a convencional. Para os clientes da CEB, que atende ao Distrito Federal, a tarifa branca deve deixar a eletricidade 12% mais barata que a convencional fora do horário de ponta, mas ficará 69% mais cara entre 19h e 21h e 13% maior às 18h e às 22h, no período intermediário.
;O consumidor pode guiar seus hábitos de consumo e baratear a conta de energia, por exemplo, usando aqueles aparelhos que gastam muita energia, como ferro de passar, chuveiro elétrico e ar condicionado, fora do horário de pico;, afirmou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
Para Ricardo Savoia, diretor da Thymos Energia, a medida é um benefício e um incentivo para os consumidores deslocarem o consumo. ;O problema do pico tem custo elevado para as companhias. Com a tarifa branca, se consegue deslocar a ponta do sistema;, avaliou.
O especialista alertou, no entanto, que a Aneel precisa avançar na regulação para haja mais mecanismos de diferenciação. ;Ainda está distante do mercado livre, que pode gerenciar hora a hora. Lá fora há maior liberalidade. Uma tarifação mais avançada. Mas a medida já ajuda a população brasileira a aprender esse hábito;, concluiu.