O titular da Fazenda diz que acha tranquilizador que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) não queira correr riscos excessivos, nem esteja com pressa para mudar a política monetária. Meirelles afirmou que o secretário do Tesouro dos EUA demonstrou uma ;visão bastante positiva; sobre a evolução da economia mundial. ;É a visão de que não há crescimento extraordinário equivalente a períodos de euforia, mas há visão de crescimento sólido;, disse.
Segundo Meirelles, no encontro com Lew, eles conversaram sobre a situação das duas economias e o secretário norte-americano ;expressou admiração pela velocidade da recuperação da confiança no Brasil, principalmente do consumidor, da indústria, do comércio e dos serviços;, relatou. O secretário dos EUA também citou como positiva a recuperação da confiança dos investidores internacionais expressa pela queda dos indicadores de risco, como os contratos CDS. ;O que, portanto, mostra que há confiança muito grande no que vai ser feito e, mesmo quando era um governo interino, a confiança foi concretizada com aumento de investimentos;, afirmou o ministro brasileiro.
Sobre o comportamento da Selic, quem foi questionado foi o presidente Michel Temer, mas saiu pela tangente. Perguntado sobre a trajetória dos juros no Brasil, reafirmou que o trabalho do Banco Central é independente. ;Nessa questão, o BC tem que ter total autonomia;, disse. ;Qualquer palavra que eu diga pode influenciar o mercado, eu não posso responder;, afirmou. Os jornalistas queriam saber se ele concordava com a opinião dos economistas de que o momento de corte da taxa está próximo. Alguns analistas financeiros apostam, inclusive, que a Selic comece a cair já em outubro.