Os fluxos de capital externo para investimentos em renda fixa e ações nos mercados emergentes em agosto ficaram em US$ 24,6 bilhões, de acordo com estimativas preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF), com sede em Washington. O número representa uma queda em relação aos US$ 30 bilhões de julho, mas está acima da média mensal de US$ 22 bilhões do período conhecido por forte ingresso de recursos nestes mercados, de 2010/2014.
Os mercados de renda fixa receberam US$ 13,3 bilhões, e as bolsas de valores ficaram com US$ 11,3 bilhões em agosto, de acordo com o IIF. Foi o terceiro mês seguido em que os fluxos externos de capital para emergentes ficaram acima de US$ 20 bilhões, segundo o relatório.
A avaliação do IIF é que o aumento do apetite por ativos de emergentes pelos grandes investidores nos países desenvolvidos é explicado por fatores internos e externos. Primeiro, o cenário para alguns emergentes melhoraram, como Brasil e Rússia, que dão sinais de estarem saindo de fortes recessões.
Nos fatores externos, a visão nos últimos meses de que o Fed, o banco central dos EUA, vai ser gradual em seu movimento de alta de juros também vem ajudando a aumentar o apetite por ativos de risco, destaca o IIF. Outro suporte vem sendo a decisão de bancos centrais de países desenvolvidos de seguirem adicionando estímulos monetários extraordinários, como compras mensais de ativos e juros negativos.
Todas as regiões avaliadas pelo IIF receberam recursos em agosto, mas o maior destaque ficou com a Ásia, que recebeu US$ 17,1 bilhões.
Emissões
Após o feriado do Dia do Trabalho na próxima segunda-feira nos Estados Unidos, uma nova onda de emissões de dívida é esperada no exterior. As companhias devem encontrar um ambiente mais positivo. Paralelamente, a votação do impeachment nesta semana e a nomeação de Michel Temer como presidente retira uma importante incerteza quanto ao desfecho desse processo, ainda que o consenso seja de dificuldades para a aprovação das reformas.