Os juros futuros avançam na manhã desta sexta-feira (12/8) em sintonia com o dólar, que por sua vez acompanha o movimento de alta ante outras divisas em dia de mais cautela externa após dados fracos da China. Os dois ativos são também influenciados negativamente pela entrevista do presidente em exercício, Michel Temer, ao jornal Valor Econômico.
Entre outras coisas, ao ser questionado sobre o que muda no governo após a confirmação do impeachment, Temer disse: "Muito pouco". E o que o mercado espera é que após a confirmação da saída da presidente afastada, Dilma Rousseff, a Fazenda coloque enfim em prática sua promessa de ajuste fiscal.
"A entrevista de Temer levanta dúvidas", comentou Paulo Petrassi, gerente de Renda Fixa da Leme Investimentos.
No caso dos juros, há pressão para cima também com a fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que reafirmou nesta sexta o compromisso de controle da inflação "em todo o horizonte de política monetária", em particular, para a meta de 2017. "É olhando para o futuro que a política monetária é balizada", disse, mantendo a postura mais dura que tem marcado seus discursos.
Às 9h36, o DI para janeiro de 2018 exibia 12,66%, de 12,65%. O vencimento para janeiro de 2021 estava em 11,91%, de 11,89% no ajuste de quinta-feira.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), por sua vez, ficou hoje em segundo plano. Após cair 0,45% em maio (dado já revisado), a economia brasileira voltou a subir em junho. O IBC-Br do mês teve alta de 0,23% ante maio, com ajuste sazonal, acima da mediana de positiva de 0,18% obtida com as estimativas do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo que ia de queda de 0,60% a alta de 0,45%.