Jornal Correio Braziliense

Economia

Clima econômico no Brasil sobe 27 pontos no trimestre até julho, diz FGV

Foi o terceiro avanço consecutivo registrado pelo indicador médio da América Latina. A alta de julho foi "exclusivamente" determinada pela melhora das expectativas, segundo a FGV

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina subiu 5 pontos, passando de 74 pontos para 79 pontos na passagem do trimestre encerrado em abril para o trimestre encerrado em julho, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo. No Brasil, o ICE subiu 27 pontos, avançando de 55 para 82 pontos, na mesma base de comparação.

Foi o terceiro avanço consecutivo registrado pelo indicador médio da América Latina. A alta de julho foi "exclusivamente" determinada pela melhora das expectativas, segundo a FGV. O Índice de Expectativas (IE) subiu 12 pontos, de 88 para 100 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 2 pontos, de 60 para 58 pontos.

Dos 11 principais países pesquisados, houve melhora do clima econômico em oito nações. No Brasil, onde o ICE avançou 27 pontos, a melhora foi puxada pelas expectativas, de acordo com a FGV. "O IE do país saltou de 90 para 144 pontos, enquanto o ISA permaneceu no patamar mínimo de 20 pontos, que vem sendo observado desde julho de 2015", diz a nota divulgada nesta quinta-feira (11/8), pela FGV.

Em outros países, como o Peru, tem havido melhora também na percepção sobre as condições atuais da economia. "Enquanto no caso brasileiro, a melhora do clima econômico decorre exclusivamente da melhora das expectativas, no Peru, o aumento do otimismo com o futuro - que ocorre desde janeiro passado - vem sendo acompanhado pela melhora das percepções sobre a situação corrente", diz a nota da FGV.



A FGV ressaltou que somente Bolívia, México e, em menor grau, o Chile (com queda de 2 pontos) registraram piora das expectativas, indicando que "os especialistas da maioria dos países preveem melhora nas economias de seus países ao longo dos próximos seis meses". Em relação à situação econômica atual, os indicadores estão em alta no Paraguai, Bolívia e Peru. "Chama atenção a combinação de melhora do ISA e piora no IE na Bolívia, sugerindo uma possível desaceleração da atividade econômica nos próximos meses. Já no Chile, o ISA sobe, mas permanece em nível desfavorável", diz a nota da FGV.

De acordo com a entidade, além do Brasil, houve estabilidade dos indicadores de Situação Atual na Venezuela, Equador e Colômbia. "Enquanto na América Latina, as expectativas têm influenciado favoravelmente o clima econômico - movimento associado possivelmente a impactos positivos de medidas governamentais e/ou desaceleração na queda dos preços das commodities (em especial agrícolas e algumas metálicas) - no mundo, a votação favorável à saída do Reino Unido da União Europeia teve efeito negativo nas grandes economias desse bloco", diz a nota da FGV.

A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia em todos os países da região. Para a edição até julho de 2016, foram consultados 1.086 especialistas econômicos em 115 países, dos quais 131 da América Latina.

A escala oscila entre o mínimo de 20 pontos e o máximo de 180 pontos. Indicadores superiores a 100 estão na zona favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.