Jornal Correio Braziliense

Economia

Secovi-SP prevê queda de até 25% nos lançamentos e baixa de 15% nas vendas

O presidente do sindicato, Flávio Amary, afirmou em nota acreditar que a reação do mercado imobiliário será lenta, ocorrendo na medida em que as expectativas positivas da sociedade se consolidarem

O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) estima que os lançamentos de empreendimentos imobiliários residenciais na capital paulista totalizem cerca de 17 mil a 18 mil unidades em 2016, o equivalente a uma queda de 20% a 25% em relação a 2015. Para as vendas, a estimativa é que alcancem uma faixa de 16 mil a 17 mil unidades, uma retração próxima de 15% na comparação anual.

Ao contrário do que costuma fazer a cada ano, o Secovi-SP não divulgou nos meses anteriores uma projeção para o desempenho do mercado imobiliário em 2016 devido às instabilidades políticas e econômicas que trouxeram muitas incertezas para empresários e consumidores.

Agora, o presidente do sindicato, Flávio Amary, afirmou em nota acreditar que a reação do mercado imobiliário será lenta, ocorrendo na medida em que as expectativas positivas da sociedade se consolidarem. No mês de junho, os volumes de lançamentos e vendas de imóveis já foram bem maiores do que nos primeiros meses deste ano. No entanto, ainda estão abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

Os lançamentos de imóveis residenciais em junho na cidade de São Paulo atingiram 2.178 unidades, montante 86,8% superior ao registrado em maio e 4,1% inferior a junho de 2015. De janeiro a junho, os lançamentos alcançaram 5.731 unidades, queda de 42,8% em comparação aos mesmos meses do ano passado. De acordo com a estimativa divulgada pelo Secovi-SP, essa queda será suavizada nos próximos meses.



Já as vendas de imóveis residenciais novos em junho chegaram a 2 097 unidades, um crescimento de 98% ante maio, mas 19% abaixo de junho de 2015. De janeiro a junho, as vendas totalizaram 7.194 unidades, um volume 25,5% abaixo do mesmo período do ano passado

A velocidade de vendas (relação entre a quantidade de unidades comercializadas e o total disponível) foi de 7,9% em junho, mostrando aceleração frente aos 4,1% de maio. Em junho de 2015, estava em 8,6%. O estoque de unidades residenciais (na planta, em obras e recém entregues) encerrou o mês de junho em 24.609 unidades, uma diminuição de 0,8% ante maio, quando estava em 24.799.

Fatores de melhora
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, avaliou que alguns fatores contribuíram para os dados operacionais mais expressivos de junho. Entre eles, está o lançamento de empreendimentos maiores. Em junho, cada novo projeto tinha, em média, 182 apartamentos. Já a média dos cinco primeiros meses dos anos foi de 66.

Além disso, houve concentração de empreendimentos nas faixas mais acessíveis ao consumidor: 81% das unidades lançadas no mês têm preços de até R$ 500 mil, 58,6% estão concentradas na zona leste da cidade. Petrucci destacou também melhora no quadro nacional, dando mais confiança aos consumidores para fechar negócios. "Esse comportamento pode ser comprovado pela melhora do Índice de Confiança do Consumidor, que registra aumento sucessivos desde abril", afirmou.

Apesar da forte melhora na comparação mensal, o cenário ainda não pode ser considerado uma retomada, ponderou Petrucci. Ele lembrou que, em julho, os negócios tendem a ser mais fracos do que em junho, pelo efeito sazonal das férias.