As vendas do varejo no Estado de São Paulo caíram 12,9% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o faturamento nominal (sem descontar a inflação) apresentou queda de 3,9% no mesmo período de comparação. O levantamento divulgado nesta quinta-feira, 28, chamado de ACVarejo, refere-se ao varejo ampliado, que inclui automóveis e material de construção.
A ACSP acredita que o efeito calendário tenha influenciado os dados de maio, mês marcado pelo feriado de Corpus Christi. Além disso, o mês começou em um domingo, o que reduz o número de dias úteis.
[SAIBAMAIS]No acumulado de janeiro a maio, a retração nas vendas foi de 7,2%, porém o faturamento cresceu 1,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Os resultados dos primeiros cinco meses do ano continuam a mostrar fortes retrações, refletindo a renda em queda, o avanço do desemprego e o crédito mais caro e escasso Tudo isso deixa a confiança do consumidor em patamares muito reduzidos, minando a disposição a comprar", destacou em nota o presidente da ACSP, Alencar Burti.
A queda nas vendas acumuladas neste ano é mais intensa do que o resultado de 12 meses até maio - retração de 6,3%, com alta de 1,8% no faturamento. Apesar disso, Burti acredita que o cenário do varejo possa mudar conforme melhore a confiança dos brasileiros. "Nossa expectativa é que as retrações no varejo podem começar a arrefecer, na medida em que melhore a confiança do consumidor", diz Burti, que também preside a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Setores
Os setores mais afetados são dependentes da oferta de crédito, salientou a ACSP. As maiores quedas na comparação entre meses de maio ocorreram em móveis e decorações (-26,2%), concessionárias de veículos (-22,5%), lojas de departamento, eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-18,7%) e lojas de materiais de construção (-16,6%). Todos os setores analisados apresentaram retração das vendas.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a exceção ficou por conta do setor de farmácias e perfumarias, com elevação de 1%. A maior queda nessa base de comparação foi registrada no segmento de concessionárias de veículos, com retração de 19,1%.