Berlim, Alemanha - A transparência das multinacionais nos países emergentes piorou nos últimos anos, uma prova de que os esforços para reduzir a corrupção não são uma prioridade nas grandes corporações, denuncia um relatório da organização Transparência Internacional (TI).
O documento baseia seus índices nas informações proporcionadas pelas próprias empresas, como a difusão de seus programas de luta contra a corrupção ou os detalhes que divulgam sobre a titularidade de suas filiais ou sobre o faturamento nos países em que operam, entre outros dados.
"A atuação das multinacionais de mercados emergentes prossegue sem alcançar os parâmetros sobre transparência societária que se esperam das multinacionais que operam a nível internacional", afirma o relatório da ONG, que critica em particular os problemas das multinacionais chinesas.
A TI, que publicou o primeiro relatório sobre o tema em 2013, constata que os resultados continuam sendo "insuficientes". E isto apesar de casos recentes como os "Panama Papers, que mostraram para a opinião pública a necessidade urgente de acabar com o sigilo societário e renovaram o estímulo para ações por transparência empresarial".
Entre as empresas, a indiana Bharti Airtel (telecomunicações) e a malaia Petronas (energia) foram as que receberam as melhores pontuações por apresentarem informações detalhadas sobre suas filiais e suas participações, enquanto no outro extremo da lista estão nove empresas com pontuação zero (oito chinesas e uma do México).