Em todo o país, o número de assinantes de televisão caiu 4,3% em abril, comparado a abril do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (Abta). Os dados foram apresentados hoje (21).
O levantamento - feito desde 2001 - aponta altas consecutivas nas assinaturas até 2014, quando o setor entrou em queda. Em abril de 2016, calcula-se que existam 18,9 milhões de assinantes. Em abril de 2015, eram 19,11 milhões.
Para Osmar Vicente Simão de Oliveira, presidente da Abta, a retração não é vista de forma tão negativa. ;A queda da base de assinantes foi menor que a queda da economia, o que mostra que é falsa a ideia de que este é um produto supérfluo, que é o primeiro custo que as pessoas cortam;, disse.
Um aspecto positivo do levantamento foi a melhora dos números em seis meses. A variação mensal passou de -0,97% em novembro de 2015 para -0,29% em abril deste ano. Osmar prevê dados mais favoráveis nos próximos meses. ;Devemos ter estabilizado essa base de assinantes nos próximos meses, o que não é nada espetacular. O ideal seria continuar crescendo, porém, isso já sinaliza a possibilidade de retomada da economia;, afirmou.
A clandestinidade, quando o sinal das televisões pagas é obtido de forma irregular, ainda representa um problema para o segmento, segundo o presidente da Abta. ;Em momentos de crise há risco de aumento. Se a pessoa gosta do serviço e a questão é financeira, ela tenta obter por maneiras ilícitas;, disse. Os últimos dados de 2015 apontam que 4,1 milhões de casas têm televisão clandestina.
Enriquecimento cultural
Uma pesquisa para descobrir os benefícios dos canais pagos à população apontou que 79% dos espectadores consideram que a TV por assinatura oferece opções culturais às famílias. A televisão também é vista como fonte de lazer para 74% dos assinantes.
;Algumas dessas pessoas vivem desprovidas de equipamentos culturais, não têm cinema, não têm teatro. O custo de ir a um shopping é quase o mesmo de uma assinatura mensal de televisão;, opinou Osmar. ;Essa pesquisa ratificou esse sentimento que a gente já tinha, de forma intuitiva;, acrescentou.
Constatou-se, ainda, que 52% dos assinantes foram beneficiados pela televisão, que ajudou na vida escolar dos filhos. A programação sobre saúde e alimentação também favoreceu 52% dos assinantes a terem uma vida mais saudável. O levantamento ouviu 500 pessoas das classes B2 e C, que representam a maior fatia da população brasileira.