As reclamações e os processos contra instituições financeiras estão cada vez mais frequentes. Cerca de 40% das ações que tramitam na Justiça brasileira são demandas de consumidores com problemas com bancos. No segundo semestre de 2015, o Banco Central (BC) considerou 22.210 reclamações procedentes.
No ano passado, as principais queixas recebidas pelo BC foram referentes a restrição e a realização de portabilidade de operações de crédito consignado, cobranças indevidas em faturas de cartões de créditos ou que deviam ter sido estornadas, compras não reconhecidas devido à clonagens do plástico, cobranças em duplicidade, não reconhecimento do pagamento da fatura e débitos em conta indevidos de tarifas por serviços não contratados ou não autorizados pelos clientes.
O gestor financeiro Wilson Raelison Vasconcelos, 23 anos, possui uma casa financiada no nome da sogra, Francisca da Luz, há quase dois anos, no valor de R$ 110 mil, com prestações mensais de R$ 670. No ano passado, ele começou a receber notificações sobre a falta de pagamento de quatro mensalidades que já tinham sido quitadas. ;Entramos em contato com a central de atendimento, fomos ao banco portando todos os comprovantes e, mesmo assim, as cobranças continuaram chegando;, desabafa, lembrando que as mensalidades que constavam em aberto somavam pouco mais de R$ 5 mil, mas esse valor foi acrescido de multas e juros diários.
O problema só foi resolvido depois que Vasconcelos e a sogra entraram com um processo de indenização por danos morais contra o banco. ;Eles não nos deram a atenção devida. Mesmo com o problema já solucionado, continuamos com o processo. Afinal de contas, o que era para ser algo feito de boa vontade acabou nos prejudicando e gerando uma série de transtornos;, indigna-se.
O promotor de Justiça Guilherme Fernandes Neto, titular da 4; Promotoria de Defesa do Consumidor explica que é importante que as pessoas que sofrem com alguma irregularidade procurem o banco, formalizem todas as tentativas de resolução por e-mail e que cheguem à Promotoria com provas das cobranças indevidas. ;Atuamos em casos coletivos, tentamos desestimular que essa prática seja cometida. E, assim, evitar que a empresa continue com o comportamento irregular;, afirma.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui