O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, medido pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), ficou estável em abril ante março, na série com ajuste sazonal. O resultado interrompe dois meses consecutivos de queda nas comparações com meses imediatamente anteriores, já que em março ante fevereiro o indicador recuou 1,3% e em fevereiro ante janeiro houve retração de 1,7%.
Na série sem ajuste sazonal, a atividade da indústria de São Paulo avançou 1,2% em abril ante março. Frente a abril de 2015, o INA diminuiu 8,1%. No quadrimestre deste ano na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado, o índice apresenta retração de 10,5% e, no acumulado de 12 meses até abril, houve recuo de 8,8%.
De acordo com o gerente do Depecon, Guilherme Moreira, em nota, ainda não é tempo de comemoração, mas é possível manter a expectativa de que a estabilidade do indicador represente uma tendência que precisa ser confirmada nos próximos meses. "É preciso ter muita cautela na análise dos dados, mas nossa esperança é que o INA pare de cair e comece a caminhar para uma estabilização, mas ainda não há dados suficientes para afirmar que seja um processo de retomada", explicou, em nota.
[SAIBAMAIS]Ele ainda ressaltou que, para a retomada de crescimento, a indústria de transformação depende da retomada do mercado externo - em que já há sinais de recuperação em alguns setores, como Celulose e Papel - e interno, que depende da volta da confiança e do consumo no País. "Fator primordial é a retomada do consumo das famílias, e isso tem a ver com a falta de confiança que se instalou na economia brasileira. Torcemos que a confiança volte com as mudanças na condução da economia", declarou.
A projeção de recuo de 5,3% para o INA no ano foi mantida pelas entidades ante contração de 6,2% em 2015 e diminuição de 6% em 2014.
Nuci
O nível de capacidade instalada (Nuci) da indústria paulista ficou estável em abril ante março, com um porcentual de 75,2%, na série sem ajuste. Ainda é abaixo do nível de abril de 2015, quando o Nuci era de 78,8%. Com ajuste, o Nuci em abril ficou em 74,6% ante 78,3% de abril de 2015 e 75,2% de março de 2016.
Na análise por setor, o de Celulose e papel teve alta de 2,5% em abril ante março, sem ajuste, com destaque para o aumento de 5,9% na variável "Total de Vendas Reais", de 2,7% nas "Horas Trabalhadas na Produção" e de 0,44 ponto porcentual no Nuci. Já o setor Têxtil apresentou queda do INA de 1,4% em abril, também na série sazonalmente ajustada. Todas as variáveis sofreram redução: Total de Vendas Reais (-2,8%), Horas Trabalhadas na Produção (-1,4%) e Nuci (- 0,2 p.p)
Sensor
As entidades também divulgaram a pesquisa Sensor de maio, que fechou em 46,1 pontos, sem ajuste sazonal, mantendo-se abaixo dos 50,0 pontos, o que sinaliza expectativa de queda na atividade industrial para o mês. Mas o resultado foi melhor do que abril, quando ficou em 46,4 pontos.
No caso das vendas, o indicador passou de 46,0 pontos em abril para 47,2 em maio. Condições de Mercado, Nível de Estoque, Nível de Emprego e Componente de investimentos registraram queda.