O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 0,3% no primeiro trimestre de 2016 em comparação com o trimestre imediatamente anterior, atingindo R$ 1,473 trilhão. É o quinto resultado negativo consecutivo nessa base de comparação. Este dado, apesar de ser abaixo das previsões do mercado, é menor que a queda de 1,3% registrada no último trimestre de 2015. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1;/6).
Em nota, o Ministério da Fazenda disse que o país está atualmente na mais intensa recessão da história, mas iniciativas do governo devem levar ao processo de recuperação da economia. ;As estatísticas das Contas Nacionais hoje divulgadas confirmaram que, no primeiro trimestre, como resultado essencialmente de desenvolvimentos domésticos, teve continuidade a mais intensa recessão de nossa história, a qual, dentre outros aspectos, gerou um contingente de 11 milhões de desempregados;, disse o ministério, em nota.
;Nos próximos trimestres, entretanto, em grande parte como consequência da implementação tempestiva de iniciativas recentemente anunciadas, deve ter início o processo de recuperação da economia brasileira;, acrescentou o ministério.
Desaceleração
Na comparação com os primeiros três meses de 2015, o tombo foi maior ainda, de 5,4%, mostrando leve desaceleração ao recuo de 5,9% de outubro a dezembro do ano passado. O desempenho do PIB no acumulado em 12 meses houve queda de 4,7%, a maior da série histórica, iniciada em 1996.
[SAIBAMAIS]A queda de 0,3% no PIB do primeiro trimestre do ano foi puxada, principalmente, pelos investimentos, que continuaram com as maiores taxas de retração. O recuo no trimestre na comparação com o anterior foi de 2,7%.
Dado o aprofundamento da recessão econômica no país e o aumento do desemprego, as despesas de consumo das famílias encolheram 1,7% e a indústria recuou 1,2%. Até os serviços, que possuem maior peso no PIB, de 70%, tiveram queda no trimestre: 0,2%. Não à toa, a agropecuária, que sempre costuma ajudar no desempenho da economia, não resistiu dessa fez e recuou 0,3%.
Conforme os dados do IBGE, a taxa de investimento de janeiro a março ficou em 16,9% do PIB, abaixo dos 19,5% observados no mesmo período do ano anterior. Esse é o mais baixo patamar da história. Já a taxa de poupança ficou em 14,3% no primeiro trimestre de 2016, inferior a de 16,2% no mesmo período de 2015. A contínua queda nessas taxas piora a expectativa de retomada rápida do crescimento econômico.
Contramão
Apenas as exportações continuam crescendo, principalmente, devido ao câmbio mais desvalorizado, mas não são suficientes para segurar a queda o PIB, pois têm um peso relativamente baixo na economia: de apenas 13%. O consumo do governo, apesar dos cortes de despesa discricionárias anunciados no primeiro trimestre pelo então governo da presidente Dilma Rousseff, cresceu 1,1% e evitou que a queda trimestral fosse maior.
Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre de 2016. Já no acumulado nos quatro trimestres encerrados em março de 2016, somou R$ 5,943 trilhões, sendo R$ 5,088 trilhões referentes ao valor adicionado (VA) a preços básicos e R$ 855,1 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios, informou o IBGE.