Em meio ao aumento do desemprego e à elevação da inadimplência, algumas instituições financeiras ainda cobram juros superiores a 900% ao ano. Essas taxas são 55 vezes maiores que as mais baixas, que chegam a 16,7% ao ano. Por meio de slogans apelativos, que prometem limpar o nome das pessoas das listas de maus pagadores, diversas empresas atraem brasileiros desesperados para pagar as dívidas. Em meio ao nervosismo da busca por uma solução para colocar as contas em dia, muitos esquecem que o csuto dos financiamentos compromete boa parte do orçamento e são comuns os casos de clientes que voltam para o grupo de devedores.
O economista Nicola Tingas, especialista no mercado de crédito, detalha que as instituições financeiras estão mais cautelosas para oferecer linhas de crédito aos clientes. Ele explica que o aumento do desemprego e o crescimento da inadimplência reduzirão a demanda por empréstimos. Entretanto, Tingas ressalta que algumas empresas mantêm as taxas em níveis bem acima da média diante do risco que assumem ao realizar as operações. ;Os brasileiros precisam ter cuidado antes de buscar qualquer instituição financeira para que o recurso tomado não se torne um problema;, alerta.
Um caso emblemático nesse mercado é o da Crefisa, empresa que atende exclusivamente servidores públicos, aposentados e pensionistas que estão negativados. A instituição financeira ostenta a segunda colocação entre as que cobram as maiores taxas do país. O custo dos financiamentos chega a 21,45% ao mês e até a 929,49% ao ano, conforme dados do Banco Central (BC). Fica atrás apenas da Facta, com juros de 989,14% ao ano. A empresa justifica que os custos dos empréstimos são praticados de acordo com a taxa média do mercado para esse perfil de clientes, considerados de alto risco.
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