A retração econômica segue elevando o custo de crédito às famílias. Em abril, a taxa média de juros ao consumidor cravou em 70,8%, segundo divulgou nesta quarta-feira (25) o Banco Central (BC). Esse é o maior resultado da série histórica medida pela autoridade monetária, iniciada em março de 2011. Na comparação com março, houve avanço de 1,6 ponto percentual (p.p).
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Diante do cenário de inflação ainda resistente e do aumento do desemprego, a renda disponível na economia para consumo está caindo e, consequentemente, minando as chances de as famílias honrarem com os compromissos. Como forma de se proteger do calote, instituições financeiras estão elevando os juros.
O aumento das taxas de juros em abril sequer pode ser atribuído à inadimplência. O índice de calote foi de 6,2%, mantendo estabilidade em relação ao mês imediatamente anterior. E a pré-inadimplência, ou seja, os pagamentos com atraso entre 15 a 90 dias, manteve-se estável a 6,7%. Os resultados, para analistas, reforçam a ideia de que os bancos estão elevando os encargos para se prevenir de um aumento inevitável do calote nos próximos meses.
Em abril, a taxa média de juros do cheque especial foi de 308,7%, resultado nunca antes observado pelo BC, que iniciou o levantamento para essa modalidade em julho de 1994. Em relação a março, os encargos subiram 7,9 p.p. Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse avanço é de 82,8 p.p. Em 12 meses, essa alta é de 82,8 p.p.
A taxa média de juros do crédito rotativo do cartão de crédito, por sua vez, cedeu após cinco meses consecutivos de avanços. Em abril, a tarifa ficou em 448,6%, recuo de 0,8 p.p frente a março. Em 12 meses, no entanto, houve aumento de 101,2 p.p.