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Economia

Cenário político faz dólar subir 5% e despenca Bolsa de Valores de SP

Waldir Maranhão suspendeu o processo de tramitação do impeachment de Dilma na Câmara

Os investidores enlouqueceram diante da decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, de atender ao pedido da Advocaia Geral da União (AGU) para suspender o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim que tomaram conhecimento da medida, às 11h51, os operadores entraram em parafuso. O e a Bolsa de Valores de São Paulo (BM) despencou mais de 3%. Segundo Maranhão, uma nova sessão deve ser realizada pela Câmara dos Deputados para votar o processo de impeachment no prazo de cinco sessões a partir da devolução do processo do Senado.

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Em meio ao nervosismo, na máxima do dia, a moeda norte-americana subiu 4,81%, cotada a R$ 3,672 parta venda. Por volta das 13h, a moeda norte-americana era negociada a R$ 3,580, com elevação de 2,12%. Já a Bovespa caía 2,08%, para os 50.642 pontos. O tombo do pregão paulista está sendo puxado pelas ações de empresas estatais, em especial, as da Petrobras, que apontaram queda de mais de 10% logo depois do anúncio da decisão do presidente interino da Câmara.

Maranhão se baseou em uma ação movida pela Advocacia-Geral da União (AGU), protocolada no dia 25 de abril, na Câmara, pedido de anulação da sessão de 17 de abril na qual os deputados aprovaram o impeachment por 367 votos a 137. O pedido foi assinado pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que se reuniu ontem à noite com o presidente interino da Câmara e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aliado de Dilma.

Durante o fim de semana, Maranhão viajou para São Luís, tentando costurar apoio político para garantir sua permanência no comando da Câmara. Ontem, retornou a Brasíli em jatinho da FAB destinado ao deslocamento de autoridades federais. A bordo também estava Flavio Dino. Maranhão assumiu a presidência interina da Câmara na semana passada, após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser afastado por decisão do Supremo Tribubal Federal (STF).