A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 10,7% em abril, ante 11,1% em março, informou nesta segunda-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. Trata-se do segundo recuo consecutivo do índice, que desde o ano passado vinha atingindo recordes seguidos na série, iniciada em setembro de 2005.
"Foi uma importante queda no indicador de expectativa de inflação dos consumidores, em consonância com as políticas adotadas pelo governo para controlar a inflação e com a atual conjuntura de desaquecimento da economia. Além disso, (a queda) corrobora as previsões e os diagnósticos feitos anteriormente que, após o aumento concentrado dos preços administrados no primeiro trimestre, as expectativas de alta da inflação se arrefeceriam", diz o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV, em nota.
Segundo a instituição, 50,3% dos consumidores preveem uma inflação na casa de dois dígitos nos 12 meses a partir de abril, menos do que em março (56,3%). Porém, apenas 5,0% acreditam em uma inflação que se restrinja à meta perseguida pelo governo, cujo teto é 6,5% no ano.
Por faixas de renda, as famílias com ganhos mensais de até R$ 2,1 mil seguem como as mais pessimistas em relação à inflação, mas foram as que puxaram a melhora nas expectativas na passagem do mês. A estimativa desses consumidores para os preços caiu a 11,2% em abril, de 11,7% em março.
Todas as demais faixas de renda também apresentaram melhora no indicador de expectativa de inflação, com destaque para a classe 4 (acima de R$ 9,6 mil mensais), cujo resultado recuou de 10,6% para 10,1%.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações capturadas no âmbito da Sondagem do Consumidor da FGV, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.