Apesar da crise, o investimento das empresas em tecnologia da informação (TI) ficou estável em 2015, em 7,6% do faturamento líquido. Segundo a pesquisa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), realizada com 8 mil grandes e médias empresas e 2,5 mil respostas válidas, os bancos lideraram os investimentos, com 14% de seu lucro líquido. Logo atrás, estão o setor de serviços (com 10,9%), indústria (4,6%) e comércio (com 3,5%).
Para o professor Fernando Meirelles, o resultado é notável, mesmo sendo a primeira vez que os gastos não crescem desde 1989, quando a pesquisa foi iniciada. "Minha primeira impressão é de que os gastos iriam cair, mas isso não aconteceu. O gasto nominal caiu, porque o faturamento e o PIB caíram, mas não o gasto proporcional", diz o pesquisador.
Hoje, a média dos gastos e investimentos das empresas brasileiras com TI está à frente de regiões como América Latina (6%) e Ásia (4%), mas atrás dos Estados Unidos (12%) e da Europa (8%).
Já o custo anual por usuário - que considera os gastos e investimentos das empresas dividido pelo número de funcionários que usam algum tipo de tecnologia - chegou a R$ 34,1 mil em 2015, alta de 17,2% em relação a 2014.
Retorno
A pesquisa também revelou um dado significativo sobre o investimento em tecnologia na indústria. Para cada 1% a mais de gastos e investimentos em TI feito por empresas de capital aberto do setor, houve crescimento de 7% nos lucros após dois anos. "Esse dado é uma amostra de que hoje, as empresas não conseguem vender nem produzir sem a tecnologia", avalia Meirelles.