Jornal Correio Braziliense

Economia

Cenário político leva juros futuros ao quinto dia seguido de baixa

Segundo profissionais do mercado, a aprovação do impeachment está praticamente toda precificada, o que justifica a redução do ritmo de ajustes das taxas


As taxas de juros negociadas no mercado futuro tiveram nesta quinta-feira, 14, o quinto dia consecutivo de quedas. Depois da forte movimentação dos últimos dias, hoje as oscilações foram mais moderadas. O cenário político permaneceu no radar dos investidores, que agora operam na expectativa pela votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara.

Segundo profissionais do mercado, a aprovação do impeachment está praticamente toda precificada, o que justifica a redução do ritmo de ajustes das taxas. Depois que partidos como PP, PTB e PRB retiraram o apoio ao governo, o número de votos favoráveis à saída de Dilma aumentou rapidamente no placar do impeachment realizado pelo Grupo Estado. O último levantamento mostra que o número de votos a favor do impedimento subiu para 337 e os votos contra estão em 127. Há ainda 20 indecisos e 29 deputados que não responderam.

No começo da tarde, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), anunciou formalmente a posição majoritária da bancada a favor do impeachment. O líder confirmou que, em votação simbólica, 90% dos 54 deputados presentes na reunião se manifestaram a favor do afastamento da presidente. Picciani é um dos poucos votos contrários.


Em uma contraofensiva do governo às notícias que o enfraquecem, a Advocacia-Geral da União entrou com recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o processo de impeachment. Em princípio, a notícia teve pouca influência sobre os preços dos ativos. No entanto, o risco de o STF receber o pedido da AGU aumenta a cautela, uma vez que a votação prevista para domingo seria adiada. Para analisar a questão, o STF iniciará uma sessão extraordinária às 17h30.

Ao final dos negócios do período regular da BM, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 ficou com taxa de 13,65%, estável ante o ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2018 terminou o dia em 13,11%, ante 13,17% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 recuou para 13,04%, contra 13,14% de ontem.

Pela manhã, foi revelado que a inflação de abril medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 0,40% após alta de 0,58% em março, dentro das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam variação de 0,28% a 0,45%, com mediana de 0,38%.