O índice de atividade de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da indústria brasileira subiu de 44,5 em fevereiro para 46 em março, informou nesta sexta-feira, 1; de abril, a Markit. Apesar da alta, o indicador ficou, pelo 14; mês consecutivo, abaixo do patamar de 50 pontos, o que significa contração da atividade.
A analista Pollyana de Lima, responsável pela pesquisa, destacou que o setor permanece "preso" no território negativo, com o volume de produção e a quantidade de novos pedidos ainda em queda. "Porém, há relatos de demanda externa sólida, compensando, em parte, a fraqueza do mercado doméstico", disse, acrescentando em seguida que há uma expectativa de melhora na competitividade internacional, em razão do enfraquecimento do real.
Ao mesmo tempo em que o câmbio favorece as vendas externas, exerce pressão sobre os custos das empresas, lembrou Pollyana. "Os preços dos insumos aumentaram por um ritmo acentuado que, embora mais lento do que o de fevereiro, manteve-se bem acima da média de longo prazo para as séries. Os entrevistados relataram preços mais elevados para insumos precificados em dólar", afirmou.
A analista salientou também que a economia brasileira segue em trajetória ininterrupta de declínio, o que contribuiu para o corte de empregos no setor industrial. "A redução do número de funcionários permanece entre as mais rápidas na história da pesquisa, sugerindo que as empresas não estão esperando uma melhoria significativa nos registros de pedidos no curto prazo", disse.