Jornal Correio Braziliense

Economia

Medicamentos devem ter alta acima da inflação: reajuste de 12,5%

Expectativa é de que governo aprove reajuste de 12,5% a partir de quinta-feira. Especialistas recomendam pesquisa, pois os aumentos só serão aplicados na renovação dos estoques

O setor farmacêutico sofre os efeitos da grave crise econômica e o brasileiro paga a conta. Pela primeira vez, em mais de 10 anos, os medicamentos poderão ter aumentos acima da inflação. A expectativa é de que o governo aprove reajuste anual de 12,5% para os remédios. Os novos preços começam a valer em 31 de março, mas é aconselhável que o consumidor faça pesquisa, uma vez que o valor só deve ser alterado quando os estoques forem renovados.



As oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica tiveram grande influência na mudança, segundo explicou o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. ;Cerca de 95% da matéria-prima utilizada na indústria farmacêutica é importada;, disse.

A produtividade do setor foi negativa, o que significa que a mão de obra contratada produziu menos do que no ano anterior. Com a anulação dos fatores de produtividade, o governo determinou apenas uma faixa de reajuste para todas as categorias de medicamentos. ;Antes, os remédios que tinham mais concorrência, como anti-iflamatórios, por exemplo, recebiam reajuste integral. Já produtos para câncer (com menos concorrência) tinham reajuste menor. Agora todos os produtos sofrerão a mesma alta;, ressaltou o Mussolini.

Ele alertou para a elevada tributação do país. ;Somos um dos únicos países do mundo que têm carga tributária sobre medicamentos;, disse. A média mundial é de 6% de impostos sobre medicamentos e no Brasil é de 30%. Segundo ele, a cada R$ 10 pagos pelo consumidor, R$ 3 são impostos. ;Não fica nem na mão da indústria nem na mão do varejo;, definiu.

O aposentado Mário Xavier da Costa, 68, é cliente fiel da mesma farmácia há mais de 10 anos. Por mês, os gastos dele chegam a R$ 400. ;Eu sempre compro no mesmo lugar, assim garanto um bom desconto;, explicou. Além disso, ele disse que, para tentar driblar os preços altos, sempre compra genéricos, mesmo que os médicos insistam em passar medicamentos de um laboratório específico. ;Tem genérico que chega a ser a metade do valor dos de marca. Sempre que possível, levo o mais barato;, contou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique