Jornal Correio Braziliense

Economia

Colômbia vive greve nacional contra governo do presidente Santos

"Esperamos quatro milhões de manifestantes em todo o país para chamar a atenção do governo sobre a má administração do presidente Santos", Luis Alejandro Pedraza, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)


Bogotá, Colômbia - Uma greve nacional contra o governo do presidente Juan Manuel Santos foi realizada nesta quinta-feira na Colômbia, convocada por um comando de centrais sindicais, aposentados e organizações agrárias e sociais. A previsão é de que milhões de pessoas saiam às ruas.

"Esperamos quatro milhões de manifestantes em todo o país para chamar a atenção do governo sobre a má administração do presidente Santos", disse à AFP o sindicalista Luis Alejandro Pedraza, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

"Se o governo se mantiver em silêncio sobre nossas demandas, a greve poderá ser indefinida", completou.

A mobilização é contra o "modelo econômico neoliberal regressivo" do governo, segundo uma carta pública enviada na semana passada ao presidente Santos pelo Comando Nacional Unitário, organização que reúne diversos grupos convocantes.

As organizações ressaltam ainda descontentamento pelo ajuste do salário mínimo abaixo da inflação, a venda "absurda e arbitrária" da geradora de energia Isagen em janeiro, o escândalo de superfaturamento da refinaria de Cartagena e o anúncio de uma reforma tributária "lesiva" aos setores populares.


Os organizadores também denunciam, entre outras reivindicações, o descumprimento pelo governo dos aportes em saúde, a situação de fome das crianças em La Guajira, e o paramilitarismo que "continua gerando morte e terror".

Na carta, foi pedido que o governo defenda o patrimônio de empresas públicas, como a estatal petroleira Ecopetrol, revise tratados de livre-comércio, não privatize a saúde e a educação e proteja o meio ambiente dos projetos de mineração e energia.

Segundo a ;Defensoría del Pueblo;, que protege os direitos humanos na Colômbia, "57 municípios do país serão palco de marchas e concentrações".

A greve acontece em um momento em que o presidente Santos registra uma impopularidade de 73%, o pior resultado em seu mandato iniciado em 2010, segundo uma pesquisa divulgada na semana passada.