As autoridades judiciais suíças anunciaram nesta quinta-feira (17/3) que bloquearam 800 milhões de dólares relativos ao escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras.
Até o momento, a Suíça havia indicado o bloqueio de 400 milhões de dólares desde o início de sua investigação sobre este caso, em abril de 2014.
"Como parte das mais de 60 investigações criminais abertas, ativos patrimoniais da ordem de cerca de 800 milhões de dólares foram bloqueados", declarou nesta quinta-feira o procurador-geral suíço em um comunicado.
A Suíça vai desbloquear cerca de US$ 70 milhões para o Brasil, acrescentou, elevando a pelo menos US$ 190 milhões os valores devolvidos à Brasília como parte do escândalo que abalou toda a classe política brasileira.
Este anúncio ocorre após uma reunião nesta quinta na Suíça entre o procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot, e o seu colega suíço Michael Lauber para discutir "a colaboração entre as duas procuradorias neste complexo caso de investigações da Petrobras", segundo o comunicado.
O encontro se concentrou, entre outros temas, "na criação de um grupo de investigação conjunta, a fim de acelerar" o processo penal em ambos os países em conexão com o caso, de acordo com o gabinete do procurador-geral.
A investigação sobre a Petrobras envolve políticos, partidos da coalizão de centro-esquerda governista, bem como empresários e empresas.
Grandes somas de dinheiro foram desviadas em benefício de indivíduos, incluindo ex-funcionários da companhia, mas também para partidos políticos, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT) da presidente Dilma Rousseff, atualmente ameaçada de processo de impeachment.
Neste contexto, as autoridades suíças indicaram nesta quinta-feira que ordenaram desde o início da investigação a transmissão de documentos "de um total de mais de 1.000 contas em mais de 40 bancos."