Os juros futuros terminaram a sessão desta segunda-feira (14/3) em alta, definida praticamente nos ajustes da sessão regular após um movimento de realização de lucros que puxou as taxas para cima pela manhã, à tarde a correção perdeu força, deixando os contratos curtos perto dos ajustes da sexta-feira e abrindo espaço para nova devolução de prêmios no trecho longo, com taxas em queda, embora o dólar tenha se mantido em alta durante todo o dia. Na reta final dos negócios, o sinal de alta voltou a prevalecer, dada a expectativa com o quadro político.
O DI julho de 2016 fechou em 14,065%, de 14,060% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2017 terminou em 13,79%, de 13,73% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 subiu de 13,58% para 13,62% e o DI janeiro de 2021 encerrou em 14,24%, de 14,19% no ajuste de sexta-feira.
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Após ter precificado já na semana passada que a maciça participação popular nas manifestações de ontem elevaria a possibilidade de saída da presidente Dilma Rousseff, os ativos domésticos passaram por uma realização de lucros generalizada. No caso dos juros, as taxas subiram pela manhã, mesmo diante da queda da mediana para o IPCA em 2016 na Focus e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de janeiro bem mais fraco do que o previsto. Ambos, em tese, reforçam a possibilidade de um afrouxamento monetário.
Na Focus, a mediana das estimativas para o IPCA recuou de 7,59% para 7,46%. Analistas afirmam que a trajetória era esperada diante do IPCA de fevereiro (0,90%) abaixo do piso das previsões (0,92%) e que já tinha sido precificado pelo mercado. A agenda trouxe ainda o IBC-Br de janeiro, que caiu 0,61% ante dezembro na série com ajuste sazonal, bem abaixo do piso do levantamento com economistas feito pelo AE Projeções (-0,42%).
O cenário político continua como centro das decisões do investidor, mas os destaques do dia nesta seara surgiram após o fechamento do pregão regular, levando o dólar para as máximas e a Bovespa, às mínimas. Segundo fontes, com o aval da presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu articular a votação de uma proposta que reduziria os poderes de ela governar. A saída pelo semiparlamentarismo permitirá à petista se manter no cargo sem ser afastada definitivamente pelo impeachment. Ainda, nas mesas de operação circularam notícias de que Dilma estaria apenas aguardando um telefonema do ex-presidente Lula para integrá-lo a seu ministério.