Jornal Correio Braziliense

Economia

FMI adverte sobre riscos persistentes ao crescimento da economia mundial

Washington, Estados Unidos - O Fundo Monetário Internacional advertiu nesta terça-feira sobre a persistência de riscos que afetam o crescimento da economia mundial e reiterou a necessidade de ações concertadas para enfrentá-los.

O número dois do FMI, David Lipton, lamentou em um discurso que políticos tenham se eximido da responsabilidade de recuperar a economia e recomendou a ampliação de esforços para reativar a economia, especialmente com medidas orçamentárias e monetárias, assim como reformas estruturais.

As medidas orçamentárias devem contemplar um aumento do gasto público e a redução de impostos que, segundo Lipton, precisam "ter um lugar de maior importância no coquetel de políticas que devem ser implementadas", afirmou durante um discurso na Associação Nacional de Economistas de Empresa (NABE, na sigla em inglês) em Washington.

"A tarefa de recuperar o crescimento incumbe especialmente às economias desenvolvidas que dispõem de uma maior margem de manobra orçamentária", acrescentou.

"Os riscos que pesam sobre o crescimento são claramente mais pronunciadas que antes e a necessidade de ações mais fortes e concertadas aumentou", ressaltou Lipton no texto de seu discurso.

As mais recentes previsões de crescimento do FMI podem ser consideradas muito otimistas frente à fuga de capitais dos países emergentes e redução do comércio internacional.

"Pelo bem da economia global, é imperativo que os países avançados e em desenvolvimento combatam essa noção perigosa (de que os políticos já não têm mais opções para melhorar a economia) e revitalizem o espírito de iniciativa que caracterizou os primeiros anos" depois da crise financeira de 2008.

Em seu relatório sobre o comportamento da economia global para 2016, cujas cifras foram revisadas em janeiro passado, o FMI estimou um crescimento de 3,4% da economia mundial, acima dos 3,1% estimados para 2015 embora abaixo das expectativas.

Para os técnicos do FMI, a desaceleração da economia chinesa, a queda dos preços das matérias-primas e e o mau momento das economias dos principais países emergentes continuarão reduzindo as perspectivas de crescimento em 2016 e 2017.