Em meio a anúncios de estímulos econômicos na China e a dados fracos nos Estados Unidos, o dólar teve forte queda e fechou no menor valor em 20 dias. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (1;/3) vendido a R$ 3,941, com queda de R$ 0,062 (1,56%). A cotação está no menor valor desde 9 de fevereiro (R$ 3,936).
O dia também foi de euforia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, fechou o dia com alta de 3,1%, aos 44.122 pontos, no maior nível desde 16 de dezembro. As ações da Petrobras, as mais negociadas, subiram 2,99% (ações ordinárias, que dão direito a voto em assembleia de acionistas) e 3,31% (ações preferenciais, que dão preferência na distribuição de dividendos).
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De manhã, o dólar chegou a operar em alta. Na máxima do dia, por volta das 11h40, atingiu R$ 4,01. Nas horas seguintes, no entanto, a cotação despencou, principalmente após a divulgação de que a produção industrial norte-americana caiu em fevereiro. A demora na recuperação dos Estados Unidos indica que o Federal Reserve, Banco Central do país, levará mais tempo para aumentar os juros da maior economia do planeta, o que reduz a valorização do dólar.
Além do desempenho da economia norte-americana, mais fraco que o esperado, a expectativa de que o governo chinês anunciasse novos estímulos contribuiu para fazer as bolsas subirem em todo o mundo. Ontem (29/2), o Banco Central da China cortou os juros para todos os bancos em 0,5 ponto percentual.
A retração da China, a segunda maior economia do planeta, prejudica países exportadores de commodities (produtos primários com cotação internacional), como o Brasil, porque reduz a demanda global por matérias-primas e produtos agrícolas. Com as exportações mais baratas, menos dólares entram no mercado brasileiro, empurrando para cima a cotação da moeda norte-americana. O anúncio de medidas de estímulo pelo governo chinês alivia a pressão sobre o câmbio no Brasil.